Homem de 50 anos morre a espera de leito de UTI Covid em Não-Me-Toque

Idemar da Silva deixou esposa e dois filhos

Um morador de Não-Me-Toque, no Norte gaúcho, morreu à espera de um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no Hospital Beneficência Alto Jacuí. O paciente, identificado como Idemar da Silva, de 50 anos, veio a óbito nessa segunda-feira.

De acordo com a instituição hospitalar, a vítima havia sido internada no dia 20. Um dia após dar entrada na instituição, o quadro de saúde piorou e Idemar teve de ser submetido a uma tomografia.

Na segunda, a Central de Leitos do Rio Grande do Sul avisou que havia um leito UTI Covid disponível em um hospital de Cruz Alta, a pouco mais de 100km de Não-Me-Toque. No entanto, Idemar acabou sofrendo uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.
Segundo o hospital, Idemar era hipertenso, diabético e obeso, e teve 80% de comprometimento pulmonar em decorrência da Covid-19. Ele deixou a esposa e dois filhos.

O município de Não-Me-Toque está inserido na região de Passo Fundo, no modelo do distanciamento controlado. Atualmente, a taxa de ocupação dos leitos de UTI da região é de 84,5%. Dos oito hospitais da região que possuem leitos de Unidade de Terapia Intensiva, quatro não tinham mais vagas, na tarde de hoje.

Casos semelhantes

Em Morro Reuter, no Vale do Sinos, uma idosa de 93 anos também morreu, no único posto de saúde da cidade, aguardando transferência para um leito de UTI. Ela tinha histórico de hipertensão, diabetes e demência.

Já em Boqueirão do Leão, outro paciente morreu pelo mesmo motivo. A vítima recebia atendimento no hospital Dr. Anuar Elias Aesse, mas o agravamento do quadro exigia transferência para uma unidade de terapia intensiva.

SES garante estar atenta ao agravamento da pandemia

Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) afirmou que está atenta ao avanço da pandemia, principalmente no que se refere à evolução do quadro clínico dos pacientes.

O documento enfatiza que, por meio do Departamento de Regulação Estadual (DRE), está fazendo todos os esforços para efetuar as transferências de todos os pacientes que precisarem de vagas para atendimento intensivo e de urgência.

A nota esclarece que as transferências ocorrem com base em informações de municípios, pronto-atendimentos e hospitais que não dispõem de leitos de UTI. Assim, o Sistema de Gerenciamento de Internações (Gerint) processa as solicitações e indica os locais para que sejam feitas as internações em hospitais de referência regionais que tenham estrutura e capacidade instaladas para receber pacientes em estado grave.