O governador Eduardo Leite esteve reunido hoje com parlamentares das bancadas do PSDB no Senado, na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa, além de alguns secretários do Estado. Na pauta da reunião-almoço, no Galpão Crioulo do Palácio Piratini, em Porto Alegre, a possibilidade de o Chefe do Executivo gaúcho disputar a presidência da República em 2022.
Durante o encontro, que teve duração de mais de duas horas, Leite apresentou aos parlamentares tucanos o trabalho que vem fazendo à frente do Estado, principalmente em relação às reformas administrativas e ao enfrentamento à pandemia de coronavírus. A reunião já havia sido marcada no ano passado, mas acabou adiada devido à pandemia. Agora, ocorre em um momento em que lideranças do PSDB reagem com cautela à pressão do governador de São Paulo, João Dória, para ser o nome do partido na disputa, sem uma discussão interna. Diante disso, de acordo com os deputados, o encontro também serviu como uma convocação para que o governador seja mais incisivo em território nacional.
O governador disse que se sentiu lisonjeado pelo convite e aceitou a missão de compartilhar ideias e levar as boas experiências que teve “Brasil afora”.
“Quem deseja ser uma alternativa em partido como o PSDB, quem deseja ser um alternativa em 2020, que supere essa agenda do radicalismo por uma agenda de sobriedade, de sensatez, de moderação de ponderação, precisa se demonstrar alternativa exercendo pra si mesmo, para dentro de sua prática partidária de moderação, ponderação e sensatez. Não adianta querer mimetizar a prática política estabelecida por quem hoje governa sendo autoritário, radical ou querendo fazer valer passando por cima de quem pensa diferente. Se nós queremos essa agenda de respeito, devemos exercer dentro do próprio partido esse respeito. E é isso que nós vamos trabalhar e é isso que nós vamos construir”, declarou Leite.
No entanto, governador ainda não se coloca como pré-candidato a presidência da República e fala que aceitou o convite para participar da construção de um projeto para o País.
“Evidentemente a presidência da República se apresenta como uma aspiração que é legítima para quem quer que esteja na política. Agora, quem efetivamente está na política, como eu estou, no sentido de colaboração, de ajudar a trocar a vida das pessoas para melhor, precisa entender que cada posição dessas é muito mais em torno de uma circunstância e, portanto, como dizem alguns, presidente da República é mais destino do que uma aspiração pessoal”, afirmou.
Sobre compor uma chapa encabeçada pelo apresentador Luciano Huck, Leite destacou que o momento requer necessidade de conversar com pessoas que compartilhem de uma versão de mundo, mesmo que haja divergência.
“O Luciano Huck é alguém, de fato, que parece ter o compartilhamento deste sentimento. Alguém com um desejo genuíno de colaborar e que não tem até aqui demonstrado um apego a um protagonismo desse processo. Portanto, isso nos permite sentar e conversar para construir. Eventualmente ele será alguém que possa sintetizar e representar esse projeto, mas não é algo que até aqui se tenha debatido, para a formação de chapas, de qualquer maneira”, disse o governador.
Em função da pandemia, ao todo, 13 dos 29 parlamentares a favor de Eduardo Leite participaram da reunião. A previsão é de que ocorram outros encontros nas próximas semanas.
Nome preferido entre os tucanos
O deputado federal por Minas Gerais, Paulo Abi-Ackel, também esteve presente no encontro. O parlamentar é um dos principais apoiadores para que o governador gaúcho possa ter uma postura mais ampla no cenário nacional. Para o parlamentar, Eduardo Leite é, atualmente, o nome dentro da sigla preferido entre a bancada do PSDB.
“Nossa vinda aqui é uma demonstração, um convite, para que o governador Eduardo Leite possa ser sem dúvida uma alternativa do PSDB para nos representar na corrida sucessória da presidência da República. Nós viemos aqui dizer a ele que ele deve se apresentar porque ele é o que tem de longe a maior simpatia da bancada de deputados federais e de senadores”, afirmou o deputado.