Ajuste de contas do Executivo permite volta de auxílio, avalia relator do orçamento

Senador Márcio Bittar disse que decisão final sai em até duas semanas

Foto: Waldemir Barreto / Agência Senado

O relator do orçamento, senador Márcio Bittar, deixou claro, em entrevista ao blog da jornalista Christina Lemos, do R7, que um novo auxílio só é possível com o ajuste de contas do Poder Executivo. “E eu percebo que há um consenso em torno disso. Precisamos aumentar a despesa e ninguém é contra, porque teremos pessoas que não terão o que comer. Ninguém é contra, mas vai aumentar a dívida pública brasileira. É preciso que, ao fazer isso, nós, ao mesmo tempo, apresentemos alguma iniciativa que aponte para a responsabilidade fiscal”.

“O problema é que a pandemia não passou ainda. A retomada da economia ainda está em crise, então o mundo inteiro vai continuar se endividando para fazer frente ao problema da Covid”, explica Bittar. O senador esclarece que é necessária a retomada da agenda de reformas econômicas: “A economia aguenta (outro orçamento de guerra), desde que haja a possibilidade de um auxílio”.

Bittar acredita ser necessário haver uma diminuição da despesa pública brasileira. “Não se justifica um país que está gastando quase 80% com o setor público quando você não tem, historicamente, uma Saúde que corresponda a isso, uma Educação que corresponda a isso”.

A estabilidade econômica, para o senador, é necessária para que haja o auxílio de R$ 200 pretendido pelo governo. “Estamos em estado de emergência. Há quase 20 dias que voltaram a morrer mais de mil pessoas por dia. E a inspiração de um Estado que acode a população vem do cristianismo e o Estado brasileiro não tem como virar as costas para esses milhões de brasileiros que precisam comer. Mas precisamos ter claro como reformar o Estado brasileiro, para que ele não seja esse gigante”.

Para Bittar, a resolução final sobre o auxílio sai em até duas semanas. “Devemos ter uma definição após conversar com o presidente do Senado e da Câmara e também depois de conversar com o presidente”, completou.