O terceiro reajuste no preço de venda dos combustíveis na refinaria começa a pressionar o bolso dos consumidores nesta terça-feira (9). Segundo a Ativa Investimentos, a gasolina deve subir até 12%, na bomba, dentro das próximas duas semanas. A alta é justificada pelo custo do barril de petróleo nos mercados interno e externo.
Entretanto, os distribuidores apontam que a elevação é fruto de toda a conjuntura que cerca as negociações envolvendo a commodity. Segundo o Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro/RS), as determinações da Petrobras representam 30% do custo repassado aos proprietários de veículos.
Enquanto isso, os impostos consomem até 50% do valor. Os empresários estimam que, a cada R$ 5 vendidos, R$ 0,50 entrem nos cofres dos postos. “O grande problema é que estamos em uma sequência de elevações. É inevitável que, em algum momento, isso chegue no consumidor”, lamenta o presidente da entidade, João Carlos Dal’Aqua.
“Desse valor você ainda tem que tirar todas as despesas. Aluguel, funcionários, tudo isso. Por isso que, quando a gente fala que no final do mês resta de 3% a 4% para os postos, estamos tratando de uma realidade em que tudo funciona bem. Se não, a situação é muito pior. Durante a própria pandemia, chegamos a trabalhar com prejuízo”, relata.
Ainda conforme o gestor, o Rio Grande do Sul enfrenta dificuldades maiores do que os outros estados por não ter plantas de produção de etanol. Dal’Aqua ressalta que as fábricas do tipo estão concentradas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, que acabam tendo prioridade na hora da compra.
“Não vejo condições de acontecer nenhuma mudança estrutural e tributária antes da discussão das reformas. Isso deve ficar para o segundo semestre, se tudo ficar bem. Então o Governo Federal está contando com uma redução no preço do barril do petróleo. Esse seria um bom paliativo para todos nós”, finaliza.
Uma das alternativas defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é a criação de uma lei que estabeleça um percentual, ou valor fixo, para a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nos combustíveis. A ideia é que a taxa seja definida pelas assembleias legislativas de cada Estado.