Depois de fechar 2020 em 4,5%, a inflação oficial do país, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) perdeu ritmo em janeiro e ficou em 0,25%, motivada especialmente pela queda na conta de energia elétrica.
Esse é o menor resultado para o índice desde agosto de 2020 (0,24%). Os dados foram divulgados nesta terça-feira (9), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O grupo de Alimentos e bebidas continua a pressionar a inflação (1,02%), mas com menos força. Mudança de bandeira nas contas de energia elétrica e as quedas nos preços de passagens aéreas ajudaram a segurar os preços em janeiro.
“Houve uma queda de 5,60% no item energia elétrica, que foi, individualmente, o maior impacto negativo no índice do mês (-0,26 p.p.) Após a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2 em dezembro, passou a vigorar em janeiro a bandeira amarela. Assim, em vez do acréscimo de R$ 6,243 por cada 100 quilowatts-hora, o consumidor passou a pagar um adicional bem menor, de R$ 1,343. O que resultou em uma deflação (-1,07%) no grupo Habitação, do qual esse item faz parte, mesmo com a alta em outros componentes, como o gás encanado (0,22%) e a taxa de água e esgoto (0,19%)”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.
Outro grupo que perdeu ritmo e pressionou de forma mais tímidas os preços em janeiro foi o de Vestuário (-0,07%), após alta de 0,59% em dezembro, quando as festas de fim de ano aqueceram as vendas do setor.
Os demais sete grupos, no entanto, registraram preços maiores em janeiro. O grupo de Alimentos e bebidas apresentou a maior variação e o maior impacto positivo (0,22 ponto percentual) no IPCA desse mês. Apesar disso, a alta foi menos intensa que a de dezembro (1,74%).
“Os alimentos para consumo no domicílio, que haviam subido 2,12% no mês anterior, variaram 1,06% em janeiro. As frutas subiram menos (2,67% contra 6,73% em dezembro) e as carnes caíram de preço (-0,08% contra alta anterior de 3,58%), assim como o leite longa vida (-1,35%) e o óleo de soja (-1,08%). Por outro lado, os preços da cebola (17,58%) e do tomate (4,89%), que haviam recuado no mês anterior, aumentaram”, destaca Kislanov.