Auxílio deve ser retomado para quem recebe ou está na fila do bolsa família

Eventual nova rodada deve se restringir à metade do público que recebeu o benefício em 2020

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil / CP

Sob pressão do Congresso, a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, discute a prorrogação do auxílio emergencial com lideranças do Senado e da Câmara, mas trabalha para conter a proposta dos parlamentares de manter os R$ 300 pagos nas últimas parcelas de 2020. Um valor de R$ 200 é considerado “mais viável” pela equipe econômica, que cobra contrapartidas de medidas de ajuste fiscal.

Para restringir o público que vai receber novamente o benefício em 2021, uma das propostas é que sejam contemplados os beneficiários do Bolsa Família e os que estejam na fila aguardando para serem incluídos no programa assistencial.

A interlocutores, Guedes fala que o Bolsa Família já ampara 20 milhões de pessoas e que agora falta atender os chamados “invisíveis”, que seguem sofrendo os efeitos da pandemia da Covid-19. Na quinta-feira, à noite, depois de se encontrar com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), Guedes disse que a nova rodada do auxílio deve ficar restrita à metade dos 64 milhões de pessoas que terminaram 2020 recebendo o benefício.

O ministro defende a concessão do auxílio com o acionamento, mais uma vez, do estado de calamidade pública. Isso permite que as despesas com a nova rodada do benefício fiquem fora do teto de gastos, regra que limita que as despesas cresçam acima da inflação.

A antecipação para fevereiro dos pagamentos do abono salarial previstos para março é a primeira medida do “protocolo da crise” que vai ser adotado pelo Ministério da Economia para enfrentar o agravamento da pandemia, segundo fontes da equipe econômica ouvidas pelo jornal O Estado de S.Paulo. A lista ainda vai incluir a antecipação do 13º para aposentados e pensionistas do INSS, e a definição de uma nova rodada do auxílio.

O presidente Jair Bolsonaro se mostra contrário à extensão, mas no Congresso governistas e opositores dão como urgente a retomada do benefício para aliviar consequências sociais e econômicas da pandemia de Covid-19. A pressão se intensificou depois das eleições do comando do Congresso.

Durante as primeiras etapas do pagamento do auxílio emergencial, quem recebe o Bolsa Família teve o benefício, em média de R$ 190 suspenso e passou a receber as parcelas do auxílio (primeiro, R$ 600, e depois, R$ 300).