O Instituto Butantan avalia exportar um lote de 54 milhões de doses da CoronaVac caso o Ministério da Saúde não sinalize, até a próxima semana, o desejo de compra dos imunizantes. A afirmação é do presidente do instituto, Dimas Covas, que participou nesta quarta-feira, de entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, na zona Sul de São Paulo.
Segundo Covas, a equipe do ministro Eduardo Pazzuello ainda não entrou em contato para tratar do tema. “É importante frisar mais uma vez que nosso contrato com Ministério da Saúde é de 46 milhões de doses. Nós não temos contrato adicional. Estamos aguardando uma manifestação do Ministério da Saúde em relação a um aumento do contrato para 54 milhões de doses adicionais, mas ainda não tivemos nenhum aceno nesse sentido”, afirmou.
Covas se disse preocupado com a situação e disse que na semana que vem passa a fechar contrato com outros países, começando pela Argentina. “Isso me preocupa um pouco porque tá na hora de decidir e se demorarmos não vamos de fato conseguir ampliar este número. Se o Brasil declinar dessas 54 milhões, nós vamos obviamente priorizar os demais países com os quais nós temos acordo”.
Pelo contrato do Butantan com o ministério, foram vendidas 46 milhões de doses, com entrega até abril. Mas o Butantan firmou com a parceira chinesa Sinovac, fabricante da vacina, um acordo para a compra de mais 54 milhões de doses. Se o governo brasileiro não comprar, o Butantan deve vender o produto para outros clientes.
O governador paulista João Doria anunciou que uma nova remessa de insumos para a produção de mais doses da vacina contra a Covid-19, produzida pelo Instituto Butantan, deve chegar da China no próximo dia 3 de fevereiro.