“A vacina não é de nenhum governador, não”, declara Bolsonaro sobre uso emergencial

Político foi questionado sobre o tema em conversa com apoiadores, nas proximidades do Palácio do Planalto

Presidente comentou o fato em suas redes socias | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Após quase 24 horas de silêncio em relação à aprovação do uso emergencial das vacinas contra a Covid-19 no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falou hoje pela primeira vez sobre os desdobramentos da autorização concedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O político foi questionado sobre o tema em conversa com apoiadores, nas proximidades do Palácio do Planalto, em Brasília.

“Apesar da vacina… apesar não, né? A Anvisa aprovou, não tem o que discutir mais. Agora, havendo a disponibilidade no mercado, a gente vai comprar e ir atrás dos contratos que fizemos também. Então, está liberada a aplicação no Brasil. E a vacina é do Brasil. Não é de nenhum governador, não”, declarou Bolsonaro.

A afirmação do presidente da República é uma crítica aos apoiadores do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que comemorou a liberação da vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac, a Coronavac. O tucano antecipou o início da imunização em solo paulista imediatamente após o aval da Anvisa.

Ele esteve ao lado da primeira brasileira vacinada em território nacional, a enfermeira Monica Calazans, e criticou a atuação do Governo Federal em diversos momentos da entrevista coletiva concedida na sede do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Na oportunidade, Doria rebateu as acusações do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de que estava agindo de forma midiática. “O senhor deveria estar grato à Anvisa e a São Paulo, por termos uma vacina. Pois você usa o tempo para protestar contra isso. Aqui, lutamos pela vida. E Brasília, luta pelo quê?”, questionou o governador de São Paulo.

“Enviamos bilhões aos estados”

Ainda em conversa com apoiadores, Bolsonaro voltou a afirmar que os problemas vistos no Amazonas são culpa do governo estadual, não do federal. “Enviamos bilhões aos Estados”, ressaltou o presidente. Manaus e outras cidades amazonenses têm registrado mortes de pacientes de Covid-19 por falta de oxigênio.

Cilindros e aviões com o gás estão sendo enviados à região para tentar minimizar o problema. Abatido, o presidente aproveitou a passagem pelo cercadinho para criticar novamente a imprensa e a esquerda, além de falar mal da Argentina por ter aprovado recentemente o aborto.