A falta de chuvas, que já atrapalhou o início da safra 2020/2021, pode persistir em algumas regiões gaúchas ao longo do verão. A meteorologista da Metsul, Estael Sias, lembra que o fenômeno La Niña (resfriamento do Oceano Pacífico na zona equatorial) segue ativo e mantém o padrão de chuvas mais irregulares do que o normal, com tendência de seca em partes do Rio Grande do Sul.
“Entre fevereiro e março, a estiagem pode ser mais severa”, prevê. A informação preocupa os produtores de grãos, que já contabilizaram perdas em lavouras de milho plantadas mais cedo e que tiveram que atrasar a semeadura da soja durante a primavera de 2020.
Segundo a meteorologista, em janeiro se espera que o volume de chuvas fique entre 150 e 170 milímetros, na média estadual. A expectativa é de precipitação próxima ou um pouco acima do esperado na Metade Norte e abaixo da média no Oeste, Campanha e zona Sul, regiões onde já costuma chover menos. Na fronteira com o Uruguai, Estael lembra que a média é de em torno de 100 milímetros no mês.
O meteorologista da Secretaria da Agricultura, Flávio Varone concorda que na Fronteira Oeste, Campanha e Sul a preocupação é maior em função da previsão de períodos maiores sem chuva. Ele lembra ainda que as altas temperaturas também fazem a umidade evaporar mais rápido. “Esse é um fator de atenção, o balanço entre o que chove e o que evapora precisa ser positivo”, aponta.
Nas próximas semanas também são esperados temporais com vendavais e granizo de curta duração associados ao calor. A temperatura, segundo a Metsul, fica ao redor da média para a época, mas, a exemplo dos últimos dias, pode haver presença de ar frio circulando no Rio Grande do Sul, deixando as noites, madrugadas e manhãs com padrões abaixo da média. Estael alerta que a temperatura abaixo dos 15 graus pode ser ruim para a cultura do arroz. “Por outro lado, a insolação alta é fundamental para o desenvolvimento da lavoura”, observa.