O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por mais 90 dias, a partir de 27 de janeiro, a investigação que apura as acusações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro sobrea suposta interferência política do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal (PF). Moraes considerou a necessidade de prosseguimento das apurações e a proximidade do recesso.
No fim de novembro, Moraes já havia determinado a prorrogação por mais 60 dias do inquérito ao pedir um parecer do procurador-geral da República, Augusto Aras, sobre a desistência de Bolsonaro em prestar depoimento. Na ocasião, o ministro afirmou que o investigado não pode deixar de se submeter a interrogatório policial, ainda que compareça à oitiva apenas para ficar em silêncio. Ele também recomendou que o julgamento sobre o tema seja feito pelo plenário do Supremo.
As investigações já haviam sido prorrogadas outras vezes pelo ministro Celso de Mello, que se aposentou e transferiu a relatoria do inquérito a Moraes.
A investigação contra Bolsonaro começou em abril a partir de acusações feitas por Moro de que o presidente tentou substituir nomeados em cargos estratégicos da PF para blindar aliados e familiares. O depoimento de Bolsonaro é a última etapa pendente para a conclusão dos investigadores. Assim que a oitiva ocorrer, o relatório conclusivo da PF vai ser enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), a quem cabe decidir se há provas suficientes para a apresentação de uma denúncia contra o presidente.