Os moradores de Porto Alegre ainda contabilizam os prejuízos registrados após o temporal que atingiu a cidade na tarde desse domingo. De acordo com a Defesa Civil, pelo menos 120 famílias ficaram com a casa destelhada em razão da tormenta – que, além de um grande volume de chuva, foi marcada por ventos de até 100km/h na cidade.
O número, divulgado na manhã desta segunda-feira (14), tende a aumentar. Isso porque há demanda represada por atendimentos. “A zona Sul foi bastante afetada, entre os bairros Lami e Belém Novo. Na zona Norte, tivemos problemas na Vila Nazaré e Sarandi”, relata o diretor-geral da Defesa Civil em Porto Alegre, Coronel Evaldo Rodrigues de Oliveira Júnior.
As equipes do órgão seguem nas ruas e atuam especialmente na distribuição de lonas. “A Defesa Civil atende aos chamados que chegam pelo telefone 199, de emergência. A partir dele, a gente cadastra as necessidades da população, separando as demandas por bairros antes do deslocamento”, explica o coronel.
“Se não tivesse ido ver meu microondas, teria morrido”
Uma das pessoas que aguarda a visita dos agentes da prefeitura é Evonilda da Silva, de 69 anos, que vive na Vila Jardim, zona Leste da Capital. Ela acionou as autoridades em função da queda de um muro. A estrutura atingiu as paredes da casa, provocando um grande estrago.
A aposentada tinha três cães. Dois deles conseguiram escapar. Entretanto, a mais nova, Preta, de 2 anos, morreu após ser atingida. “Eu saí do quarto para ver o microondas, já que fiquei com medo dele estragar por causa das goteiras. Foi a hora que deu. Podia ter morrido. Os outros dois cachorrinhos ficaram com a vizinha”, lamenta Evonilda.
Foto: Alina Souza/Correio do Povo
Porto Alegre tem, em média, 99,6mm de chuva no mês de dezembro. Estima-se que a precipitação do domingo equivalha a 38,2% do total esperado para o mês. Conforme a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), os maiores volumes foram registrados nos bairros Restinga (38mm), Cidade Baixa (36mm) e Partenon (25mm).
