Técnicos da Secretaria Estadual e do Ministério da Agricultura apresentaram, nesta terça-feira (8), dados atualizados sobre a situação do mormo no Rio Grande do Sul, em reunião realizada virtualmente pela Câmara Setorial de Equideocultura.
Conforme o fiscal estadual agropecuário Gustavo Diehl, do Programa de Sanidade Equina da SEAPDR, em 2020, foram realizadas 56 investigações de focos da doença, sendo 29 deles confirmados e 10 ainda aguardando resultados. 31 animais tiveram testes positivos. “O número de investigações superou em três vezes as contabilizadas em 2019”, informou.
O fiscal federal agropecuário Luiz Otávio Amaro da Silveira contou que 55 mil exames foram feitos este ano no Estado, uma retração por causa da pandemia, frente aos 107 mil de 2019. A partir de abril de 2020, a testagem passou a ser realizada pelo método ELISA, aumentando o índice de positividade. “Como cadeia, temos que orientar o pessoal sobre esse novo cenário, traçar estratégias diferentes. Queríamos um estado livre, mas isso em médio e longo prazo não será possível. Temos que conversar e ver o que podemos fazer”, ponderou.
Francisco Fleck, presidente do conselho de planejamento da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), acredita que um plano de enfrentamento deva ser elaborado junto ao setor produtivo. “O número de animais testados ainda é muito pequeno, então temos que envolver a cadeia produtiva, as associações. Buscar fundo para fazer, primeiro, um levantamento dos animais e, quem sabe, um plano ousado para a testagem de todos os equinos. Estamos com as exportações trancadas por causa do mormo”, ressaltou.
O coordenador da Câmara Setorial, Leonardo Lamachia, marcou nova reunião para a primeira semana de fevereiro, com o objetivo de apresentar e discutir ações de enfrentamento ao mormo. “Este é um fórum excelente para debatermos e levarmos ao setor produtivo mais conscientização sobre o assunto”, concluiu.
Confirmação de positivo agora pode ser feito no LFDA/RS
Durante a reunião, o fiscal do Mapa, Luiz Otávio Amaro da Silveira apresentou uma boa notícia: o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do Rio Grande do Sul (LFDA/RS), vinculado ao ministério, já está autorizado a fazer o exame confirmatório de positivo do mormo. “Com isso, teremos resultados em três dias úteis”, destacou.
Anteriormente, apenas o LFDA de Pernambuco poderia realizar a contraprova e os laudos levavam, em média, duas semanas para ficarem prontos. “Encaminhar as amostras para Pernambuco representa grandes desafios logísticos. Ter o LFDA/RS para a confirmação de positivo nos trará agilidade no envio, que poderá ser feito por sedex, e também alivia a sobrecarga de demanda do laboratório de Pernambuco”, explicou Diehl, da SEAPDR.
Capacitação EAD para exame de mormo
O fiscal federal Luiz Otávio também informou que o Ministério, em parceria com a Embrapa, acaba de lançar uma capacitação EAD de 20 horas para habilitar veterinários para a coleta de exames de mormo. “Temos 8 mil veterinários habilitados no Brasil, destes, 20% só no Rio Grande do Sul. Na primeira semana do novo sistema, tivemos mais mil veterinários inscritos”, detalhou. A plataforma do curso online pode ser acessada aqui.
Participaram da reunião da Câmara Setorial representantes do Ministério da Agricultura, ABCCC, da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), da Associação Brasileira de Cancha Reta (ABCR), da Associação Gaúcha do Cavalo Árabe (AGCA) e Emater/RS-Ascar.