O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decide nesta quarta-feira (9) se vai manter a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, em 2% ao ano, menor patamar da história.
O veredito a respeito dos novos juros básicos será anunciado após as 18h30. A decisão valerá ao menos pelos próximos 45 dias, quando os diretores do BC voltam a se encontrar para discutir novamente a conjuntura econômica nacional.
No último encontro, quando a taxa básica de juros foi mantida em 2% ao ano, o Copom afirmou que “a forte retomada em alguns setores produtivos parece sofrer alguma desaceleração” e destacou que os indicadores sugerem uma recuperação desigual.
As reduções dos juros foram acentuadas após o mês de fevereiro com a intenção de conter os efeitos da pandemia do novo coronavírus na economia nacional e chegou ao patamar de 2% ao ano em agosto. As expectativas do mercado financeiro apontam para a segunda manutenção seguida da Selic.
Agora, participam da reunião os diretores e o presidente do BC. Eles análisam as perspectivas para a inflação e os reflexos da decisão antes de definir a nova taxa básica. Após a revelação, o BC divulga a ata da reunião na terça-feira da semana que vem (15), com as explicações mais detalhadas sobre o veredito.
A Selic é conhecida como taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. A taxa é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.
Em linhas gerais, a Selic é taxa que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.
A taxa básica também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, próxima da meta estabelecida pelo governo. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.
Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.