Pelo menos 32% de 70 hospitais geridos pela Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Rio Grande do Sul dizem estar tendo dificuldade na contratação de médicos e enfermeiros em meio à pandemia de coronavírus. Levantamento da federação, divulgado nesta terça-feira, mostra que instituições hospitalares filantrópicas vivem um cenário de estrutura lotada e capacidade de recursos humanos reduzida.
A entidade, que representa 260 instituições hospitalares sem fins lucrativos, também constatou que, para 68% dos hospitais, contratar técnicos também virou um problema. A dificuldade de repor recursos humanos para os hospitais não é exclusividade de determinadas regiões. Cidades como Passo Fundo, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Novo Hamburgo, Montenegro, Garibaldi, Cruz Alta e Ijuí foram as que relataram mais dificuldades.
Conforme a federação, em quase 10 meses de atuação na linha de frente no combate à Covid-19, profissionais são afastados por terem contraído a doença ou por exaustão e comprometimento da saúde mental. Em Porto Alegre, por exemplo, o Hospital Santa Casa está com 78 funcionários afastados e, no Independência, há 9 colaboradores licenciados por diversas razões.
“Estamos vivendo o pior momento da pandemia, com nossos colaboradores cansados física e mentalmente e não temos como prever quando a situação vai amenizar, por isso, é muito importante que a população faça a sua parte, cumprindo os protocolos de higienização pessoal, utilizando máscaras e evitando aglomerações”, afirmou o presidente da Federação, Luciney Bohrer.
Em nota, a entidade salientou que as instituições vêm operando no limite da capacidade e apelou para que a população siga tomando cuidados para não disseminar o vírus e não colocar a rede de saúde em colapso.