A cobra pinguça

"Este jornal vai ser feito para toda a massa, não para determinados indivíduos de uma facção". Foto: Arquivo CP

Pois o saudoso pai do Zé Luiz dos Santos – que Deus o tenha em sua glória- gostava duma pescaria uma barbaridade. Cada vez que se falava em pescaria ele sempre lembrava este causo e jurava que era verdade.
Contava que certa vez foi pescar junto com o seu mano, tio Zica, lá pras bandas do Arroio Piraju, na velha São Luiz Gonzaga e ficaram sem iscas. Não tinham pescado nada e resolveram se mandar de volta prás casa.
Quando retornavam, meio macambúzios com o insucesso da pesca, ouviram um barulho e sentiram que algo mexeu com o capinzal ao redor. Como eram homens de coragem, não se intimidaram e foram ver o que era. Se toparam com uma senhora cobra de porte médio, que trazia um sapinho na boca. O pai do Zé Luiz já deu de mão no facão e ia atorar a culebra no meio, mas foi contido pelo irmão que teve uma grande ideia. Como sapo é uma boa isca, eles resolveram tirar o bichinho da boca do réptil. Mas, como fazer isso sem machucar o animal?
Tio Zica lembrou que tinha sobrado Caña Maluzita na garrafa que tinha levado para, segundo ele, espantar o frio e derramaram um pouco na cobra. Não deu outra, a bichana soltou o sapinho, deu umas piruetas e se mandou embora.
De posse do sapo, aliás, da isca, voltaram e desta vez, a coisa foi diferente. A pescaria foi excelente. Pegaram umas quinze traíras e uns dez jundiás, o suficiente pra o dia, que tinha iniciado tão mal pra eles( em termos de pesca, é claro!).
Satisfeitos com o resultado. estavam arrumando as tralhas para retornarem quando o velho sentiu um cutucão nas botas. Saltou para trás e ficou espantado com o que viu : a mesma cobra com outro sapo na boca querendo trocar por cachaça!
Bueno !!!

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