Em respeito à morte de João Alberto, unidades do Carrefour amanhecem fechadas em todo o Brasil

Lojas serão reabertas no início da tarde, após um minuto de silêncio em homenagem à vítima

Foto: Alina Souza/Correio do Povo

As pessoas que procuraram as lojas do Carrefour, na manhã desta quinta-feira (26), deram de cara com as unidades de portas fechadas em todo o Brasil. A medida, indicando o luto pela morte de João Alberto Silveira Freitas, que completa uma semana, foi implementada após a sugestão de um comitê que assessora a empresa em ações contra o racismo.

As lojas só irão reabrir as portas às 14h, tendo como primeira atividade um minuto de silêncio em homenagem à vítima. A única exceção é a unidade onde o assassinato aconteceu, no bairro Passo D’Areia, localizado na Zona Norte de Porto Alegre, que só volta a funcionar na sexta-feira.

Em nota, a rede de supermercados reiterou que “esse compromisso não traz de volta a vida de João Alberto”. O Carrefour Brasil afirma, ainda, que “espera que esta medida seja um importante passo de um longo caminho no combate ao racismo”. A empresa se compromete a divulgar, em 15 dias, um plano de orientação e embasamento das ações.

O Carrefour, que já anunciou a doação de R$ 25 milhões para entidades que combatem a discriminação racial, também irá abrir mão do dinheiro das vendas dos próximos dois dias. Assim como o lucro obtido durante o Dia da Consciência Negra, os recursos serão repassados a ações escolhidas pelo comitê.

Mudanças

O esquema de segurança dos hipermercados também passará por mudanças, começando pelas três lojas de Porto Alegre. A ICTS Brasil, empresa do setor de segurança privada, foi contratada pelo Carrefour para estabelecer regras mais rigorosas no recrutamento e treinamento dos vigilantes.

A chamada “política de tolerância zero ao racismo” também compreende mecanismos de ascensão na carreira dos funcionários negros da rede, para que haja mais diversidade nos cargos de liderança. O Carrefour estima que irá contratar 20 mil novos colaboradores por ano, e que metade deles serão negros.

Supermercado foi processado em R$ 200 milhões

Mesmo com o anúncio, a Defensoria Pública do Rio Grande do Sul segue processando a rede em R$ 200 milhões, por danos morais e coletivos referentes ao assassinato de João Alberto. Segundo o órgão, a ação tem fins pedagógicos, para que o crime não se repita. O homem, negro, foi espancado e asfixiado até a morte no estacionamento do hipermercado.

WP Twitter Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
Sair da versão mobile