Internações em UTI por Covid-19 atingem maior patamar em quatro semanas em Porto Alegre

Três hospitais tinham leitos completamente ocupados na tarde desta terça-feira. Índice geral supera 90%

Foto: Ricardo Giusti / CP

As internações por Covid-19 nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) dos hospitais de Porto Alegre atingiram, nesta terça-feira, a maior média das últimas quatro semanas. Levando em consideração a média móvel de leitos de UTI ocupados pelos afetados pelo novo coronavírus, a dos últimos sete dias chegou a 241,71.

Há quatro semanas, esse número era de 217,42. Portanto, um avanço de 11,17%. Nesta terça, as UTIs tinham mais de 90% de ocupação, com 683 pacientes internados, 269 deles com suspeita ou confirmação de Covid, o que corresponde a quase 40% das internações. Porto Alegre soma 781 leitos, 28 deles bloqueados e 753 à disposição.

A média de ocupação dos leitos de UTI vinha se mantendo estável até quatro semanas atrás e oscilou um pouco para cima entre a semana anterior e esta, em uma variação de 3,78%. Entretanto, se essa marca se mantiver ou subir, a tendência é que nas próximas quatro semanas, a cidade tenha 15% a mais em internados, o que preocupa as direções hospitalares.

Na avaliação do doutor em Epidemiologia e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Paulo Petry, “de fato, são números preocupantes”. Entretanto, segundo o especialista, antes de enxergar os números das UTIs, é preciso reconhecer que a circulação do vírus aumentou. “Com isso, a incidência de doentes, que são os novos casos, vem aumentando. Coincidentemente, alguns destes casos exigem leito clínico ou de UTI. E isso preocupa, por que vamos trazer uma sobrecarga ao sistema”, prevê.

Hoje, quatro hospitais tinham as UTIs completamente lotadas: o Instituto de Cardiologia, o Moinhos de Vento, o Mãe de Deus e o Hospital Santa Ana. O Hospital Nossa Senhora da Conceição atingia 97% de ocupação e o São Lucas da PUCRS e o Cristo Redentor, 96%.

O Hospital de Clínicas de Porto Alegre, que assim como o Conceição, é uma das referências no atendimento a pacientes com Covid-19, registra 91% de ocupação. “Então é preciso apelar à população para que se cuide, porque o vírus está circulando com uma maior intensidade”, reforça Petry.