Faltando poucos dias para a realização do segundo turno das eleições, os candidatos à prefeitura de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB) e Manuela D’Ávila (PCdoB) se reúnem no começo da tarde desta terça-feira, a partir das 13h10min, para um debate sobre a administração da Capital gaúcha nos próximos quatro anos.
O confronto de ideias, promovido pela Rádio Guaíba e pelo Correio do Povo, ocorrerá novamente na Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs), na zona Leste da cidade, a exemplo do que aconteceu no primeiro turno. O encontro terá 1h50min de duração e ocorrerá sob a mediação do apresentador Guilherme Baumhardt. O site do Correio do Povo acompanhará o debate em tempo real.
Melo investe em áreas onde perdeu votos
A menos de uma semana do fim da disputa pela prefeitura da Capital, Sebastião Melo (MDB) destinará uma atenção especial à zona leste da cidade. De todas as regiões da Capital, bairros como Partenon e Lomba do Pinheiro foram identificados pela campanha como alguns dos quais o candidato mais perdeu votos para Manuela D’Ávila (PCdoB). Com a maior coligação desta eleição, a aposta é que se consiga chegar aos eleitores através do grande número de vereadores da chapa, além dos apoios recebidos após o primeiro turno e da figura do próprio Melo.
A afirmação de que Melo “conhece a cidade” aparece não só nas propagandas eleitorais, mas no discurso de seus apoiadores políticos. Segundo eles, o candidato tem boa circulação nas regiões mais populares e também junto às de maior poder aquisitivo. Com menos recursos de campanha do que sua adversária – a receita de Sebastião Melo é de pouco mais de R$ 1,4 milhão, enquanto a de Manuela supera os R$ 5 milhões –, o candidato tem como vantagem o tamanho da coligação, que teve 198 candidatos a vereador. O PCdoB e o PT, por sua vez, tiveram 84.
A Zona Leste é onde estão algumas zonas eleitorais em que Melo mais perdeu votos para Manuela. Nos bairros Agronomia e Lomba do Pinheiro, foram pouco mais de três mil votos de diferença, enquanto que no Partenon – junto com o Rio Branco, na região central – foram cerca de 2,5 mil. Há, ainda, as Ilhas do Guaíba e o Centro, onde a diferença foi de pouco menos de três mil votos. Na tarde de ontem, por exemplo, o candidato realizou ato na Esquina Democrática, onde salientou que está com todo o seu “time” na rua. À frente da coordenação da campanha, o candidato a vice, Ricardo Gomes (Dem), disse que a estratégia é manter a mobilização para ampliar o alcance e convencer os eleitores irem votar, depois de mais de 30% de abstenções. A retomada econômica ganha ênfase no discurso.
Manuela incrementa presença direta nas ruas
Nesta reta final da disputa pela prefeitura de Porto Alegre, a candidata Manuela D’Ávila (PCdoB) lançou uma ofensiva que se desdobra em três frentes. Há, desde a última sexta-feira, um aumento significativo na campanha de rua, com incremento da participação da própria candidata no chamado corpo a corpo. Manuela também passou a apontar de maneira bem incisiva a disseminação de fake news envolvendo sua imagem, citando e explicando casos concretos, seja em contatos diretos com os eleitores, na propaganda eleitoral no rádio e na TV ou nas redes sociais.
Por fim, ela está trazendo para o horário eleitoral a profusão de apoios recebidos de personalidades nacionais da cultura, do esporte, das artes, da academia e da política. Ontem, o depoimento do ex-governador Alceu Collares (PDT) a favor da candidata está se somando aos já gravados (e veiculados) por três candidatos à Presidência em 2018: Fernando Haddad (PT), de quem Manuela foi vice; Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede). Na estreia na TV já estavam as deputadas Juliana Brizola (PDT) e Fernanda Melchionna (PSol), que disputaram a prefeitura no primeiro turno. Personalidades locais e nacionais seguem anunciando apoio na internet.
Em vídeo postado na noite de domingo nas redes de Manuela, artistas como Mônica Martelli, Caetano Veloso, Zezé Mota, Antônio Villeroy, Paula Burlamaqui, Bebeto Alves, Lila Borges e Osmar Prado, ou o técnico Roger Machado, entoam um jingle com arranjo de samba de breque, o “Vamos votar nela, agora é Manuela.” Ao final, o ator Antônio Pitanga conclama os eleitores a votar. Nas ruas, o coordenador da campanha, Márcio Cabreira, promete um aumento da mobilização, principalmente nas periferias, mas sem “áreas proibidas” em regiões onde tradicionalmente o eleitorado “à esquerda” é minoria, como o eixo Bela Vista/Moinhos de Vento. “Não há zona proibida, sob qualquer hipótese. Pelo contrário, nossa política agora é de presença em toda a cidade”, resume.
