“Ele gritou por minha ajuda”, relata esposa de João Alberto, morto no Carrefour de Porto Alegre

Milena Borges Alves contou que assistiu a cena de violência ocorrida no estacionamento do hipermercado na noite dessa quinta-feira

Foto: TV Record / Divulgação

Abalada, a esposa de João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, o Beto, espancado e morto por dois seguranças do Hipermercado Carrefour, conversou, nesta sexta-feira, com a reportagem da Record TV RS. “Resolvemos fazer umas compras por ele queria muito comer verduras. Daí fomos e chegando no caixa, ele acenou a mão brincando para uma segurança e ela sentiu como uma ofensa”, lembrou Milena Borges Alves, de 43. “Fiquei pagando as compras e disse que ia descer… quando eu estava na escada rolante, os seguranças largaram correndo e cheguei lá embaixo ela já estava imobilizado”, recordou. “Ele gritou por minha ajuda”, acrescentou.

A viúva contou que não acreditou no que ocorreu no subsolo do estacionamento do estabelecimento comercial. “Fiquei em choque na hora. Várias pessoas viram o que aconteceu e foram solidárias e boas comigo…”, contou. “A brutalidade do que fizeram com ele… foi horrível. Não precisava ter matado ele.. por que fizeram isso?”, desabafou. “Um dos seguranças me empurrou… e mesmo depois do falecimento ele [Beto] continuou imobilizado pelos seguranças”, revelou, chorando. “Quero Justiça, só isso: Justiça”, afirmou a viúva.

João Alberto Silveira Freitas nasceu no bairro Humaitá, mas residia havia dois anos no bairro IAPI. Ele deixa quatro filhos de casamentos anteriores.

“Sobra uma lacuna dolorosa, dolorosa mesmo, pois jamais imaginei que enterraria meu filho antes de mim. Só me resta o sentimento de Justiça. A vida de meu filho não vai voltar”, declarou o pai da vítima, João Batista Freitas, 65 anos, à Record TV.

O hipermercado Carrefour, na avenida Plínio Brasil Milano, no bairro Passo D’Areia, amanheceu fechado e assim permanece durante toda a sexta-feira.

Já no início da tarde, uma manifestação de protesto espontâneo ocorreu no local. Vizinhos, amigos, motoboys, motoristas e populares criticaram a agressão e morte da vítima. Com cartazes, os manifestantes pedem por justiça e pelo fim da discriminação racial. Flores foram depositadas e faixas colocadas nas grades. Policiais militares do 11º BPM foram acionados para monitorar a situação.

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