Covid: Ministério da Saúde negocia compra de 46 milhões de doses com o Butantan

Ideia é de que, somadas, as três vacinas em negociação representem 186 milhões de unidades, a serem disponibilizadas ainda no primeiro semestre

Foto: Ricardo Giusti/CP

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou, nesta terça-feira, em reunião com os 27 governadores, que a Pasta vai comprar 46 milhões de doses da vacina Butantan-Sinovac contra a Covid-19, a ser fabricada pelo Instituto Butantan, de São Paulo. A estratégia é ampliar a oferta de doses pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2021. O Ministério projeta que, somadas, as três vacinas em negociação – AstraZeneca, Covax e Butantan-Sinovac – representem 186 milhões de doses, a serem disponibilizadas ainda no primeiro semestre, já a partir de janeiro.

Para isso, o governo vai assinar uma Medida Provisória liberando crédito orçamentário de R$ 1,9 bilhão. Mais R$ 80 milhões já haviam sido investidos para ampliar a estrutura do Butantan – o que vai auxiliar na produção da vacina.

Segundo Pazuello, as doses serão distribuídas a todo o Brasil por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI). “Temos a expertise de todos os processos que envolvem essa logística, conquistada ao longo de 47 anos de PNI. As vacinas vão chegar aos brasileiros de todos os estados”, garantiu.

Além dessas doses, a partir de abril, a Fiocruz espera começar a produção própria da AstraZeneca e disponibilizar ao país até 165 milhões de doses durante o segundo semestre. “Nossa estratégia prioriza a transferência de tecnologia – o que nos permite produzir as vacinas no Brasil”, destacou o ministro.

Como a Butantan-Sinovac e a AstraZeneca entraram na fase III, que envolve testes em milhares de pessoas – a previsão é de que a vacinação comece em janeiro de 2021. Para isso, ambas devem ser liberadas pela Anvisa e ter a eficácia e a segurança comprovadas, conforme preconiza o Ministério da Saúde. De início, devem ser priorizados os profissionais de saúde e os grupos de risco.

Imunidade coletiva

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), vacinar cerca de metade da população pode ser suficiente para o atingimento da imunidade coletiva, ou seja, para reduzir a um nível seguro a circulação do vírus da Covid-19 no Brasil.

Com isso, o governo federal esclarece que não vai obrigar os gestores locais a vacinar a população, “respeitando o direito individual de cada brasileiro”.