Inteligência artificial na agricultura será debatida em Iniciação Científica da Embrapa Uva e Vinho

Foto: Embrapa

Por que o big data não funciona na agricultura? Responder a essa pergunta será o foco da palestra “Potencial e limitações da Inteligência Artificial na Agricultura da América Latina”, que será apresentada pelo pesquisador suiço Michael Cardoso Rubin, Diretor da Metos LATAM, às 19h do próximo dia 20 de outubro, com transmissão no canal do Youtube da Embrapa. A palestra será a abertura do 18º Encontro de Iniciação Científica e do 14º Encontro de Pós-Graduandos da Embrapa Uva e Vinho e integra a programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da empresa de pesquisa.

De forma simplificada, pode-se dizer a que a Inteligência Artificial (IA) é a capacidade de dispositivos eletrônicos funcionarem de uma maneira que lembra o pensamento humano, envolvendo “milhares de variáveis”, o que garante maior chance de acertos para escolhas e tomadas de decisão complexas. Ela já é amplamente utilizada em várias áreas, como em mecanismos de busca na internet ou no setor de atendimento ao cliente, mas está na fase inicial na agricultura. E esse é um dos desafios do palestrante: tornar o uso da inteligência artificial na agricultura uma realidade.

Atualmente, Michael atua em diversas iniciativas com e sem fins lucrativos, buscando identificar os entraves e propor soluções para viabilizar o uso da IA, especialmente no Brasil, país que ele considera ser o centro da agricultura nos próximos dez anos. Na sua opinião, a falta de dados na agricultura é uma grande limitação, mas que poderá ter solução. “Acredito que o uso da inteligência artificial, aliada à inteligência natural dos agrônomos e outros envolvidos na agricultura, será a combinação perfeita para produzir ‘mais’ com menos recursos”. Ele também antecipa que será necessária a criação de ecossistemas de co-desenvolvimento entre empresas inovadoras, acadêmicos, cooperativas e a Embrapa. “Somente assim poderemos dar conta da enorme complexidade da agricultura brasileira”, complementa.

A ligação do palestrante com a agricultura vem desde o berço. Michael cresceu trabalhando na fazenda da família na Suíça, e com certeza essa vivência permeou toda a sua formação e a sua busca. Ele é engenheiro eletricista e recentemente concluiu o curso em Ciência de Dados no tradicional MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos Estados Unidos.Ele começou sua vida profissional na Suíça em 2003, e em 2013 se mudou para o Brasil por questões profissionais e, como complementa, “também por paixão”.

“É minha missão ajudar com o que eu sei de melhor, que é usar a ciência de dados na solução de um dos maiores desafios da modernidade”, referindo-se ao desafio de alimentar 10 bilhões de pessoas, e ao mesmo tempo proteger o planeta com desenvolvimento. “Acredito que não só iremos conseguir, mas o Brasil irá liderar esse caminho nas próximas décadas”, afirma ele de forma otimista.