Guedes descarta extensão de auxílio emergencial em 2021

Ministro também negou ter desistido de imposto sobre transações

Foto: Alan Santos / PR

Reduzido recentemente para R$ 300 (R$ 600 para mães solteiras), o auxílio emergencial não vai ser estendido em 2021, disse hoje o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele reiterou que o teto de gastos vai ser mantido após o fim do estado de calamidade aprovado neste ano por conta da pandemia de Covid-19.

“Não há qualquer plano para estender o auxílio, nenhum. Isso não é verdade. Essa não é nossa intenção, não é o que o presidente disse. Não é o que o ministro da Economia quer. De jeito nenhum”, afirmou Guedes em evento virtual promovido por uma corretora de investimentos, nesta sexta.

Apesar de reafirmar o compromisso com o teto de gastos, o ministro repetiu declarações anteriores segundo as quais o orçamento de guerra pode ser retomado caso o país seja novamente atingido por uma pandemia em outro ano. Guedes, no entanto, negou que isso signifique estender o estado de calamidade pública indefinidamente.

“Quando a pandemia nos atingiu, nós criamos um regime emergencial. Agora, nós não podemos utilizar a desculpa do regime emergencial para explodir o teto de gastos”, disse.

Novo imposto
Em relação à implementação de um imposto sobre transações, semelhante à antiga Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), Guedes negou ter desistido da ideia. Segundo ele, a criação do tributo, para cobrir uma desoneração parcial da folha de pagamentos, é essencial para a criação de empregos com carteira assinada. Ontem, o ministro cogitou, em entrevista à emissora CNN Brasil, desistir do novo tributo.

“Não me importo se o tributo é feio, desde que ele funcione criando novos empregos. É necessário. Mas então eu dei uma informação errada ontem, porque é esse o sentimento”, afirmou. “Eu não sou um homem de desistir facilmente das coisas”.

Recuperação
Sobre o desempenho da economia, o ministro repetiu que o Brasil segue uma recuperação em “V” (forte queda seguida de forte alta), depois da paralisação da economia durante boa parte do primeiro semestre provocada pela pandemia de Covid-19. Segundo ele, o período pós-pandemia vai exigir compromisso com a responsabilidade fiscal.

“Nós devemos ter responsabilidade quanto ao nosso orçamento e devemos mostrar que somos responsáveis, e fortes, e resilientes o suficiente para pagar pela nossa guerra, ao invés de rolar [renovar a dívida] para nossas crianças no futuro”, concluiu.

WP Twitter Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
Sair da versão mobile