Traficante Elias Maluco morre em presídio federal de Catanduvas (PR)

Condenado pela morte do jornalista Tim Lopes, ele era apontado como liderança da facção Comando Vermelho

Foto: Reprodução/Record TV

O preso Elias Pereira da Silva, conhecido como Elias Maluco, morreu nesta terça-feira na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. Ele havia sido preso em 2002, apontado como líder da facção criminosa Comando Vermelho.

Considerado pelas autoridades como um dos líderes do tráfico de drogas no Complexo do Alemão à época da prisão, Elias Maluco recebeu pena de 28 anos de prisão, em 2005, pelo assassinato do jornalista Tim Lopes. O repórter morreu baleado em 2002, dentro de uma favela supostamente comandada por Elias.

O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) confirmou a morte do detento. Por meio de nota, o órgão ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública disse que o local ficou preservado até a chegada da Polícia Federal, responsável por fazer a perícia.

Em contato com a reportagem, a advogada Lucelia Gouveia, que defende Elias Maluco, disse que tinha uma reunião com ele às 16h desta terça-feira. Ela relata que quando chegou no local, recebeu de funcionários a informação de que ele não queria a receber. A defensora conta que só ficou sabendo da morte mais tarde.

O Depen informou que familiares de Elias foram comunicados pelo Serviço Social da unidade. Ainda não há informações de como ele morreu.

Na semana passada, uma ação conjunta do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) e da Polícia Civil foram a endereços supostamente ligados a Elias Maluco durante operação que investigou crimes de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho.

Conforme as investigações do MP-RJ e polícia, Elias Maluco era dono do tráfico de todas as favelas comandadas pelo CV na Baixada Fluminense. Dentro da facção, ele só se mantinha “abaixo” de Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP — que também está preso na unidade federal Catanduvas.

As investigações apontaram ainda que, somente na Baixada Fluminense, área supostamente comandada por Elias Maluco, o faturamento mensal de algumas localidades com o tráfico de drogas chega a R$ 7,2 milhões. Desse valor, as lideranças absorvem cerca de 20% do lucro.

Em agosto do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu conceder liberdade para Elias Maluco, mas decisão acabou derrubada, após dois meses, uma vez que ele já tinha outras condenações, respondendo inclusive por lavagem de dinheiro.

O corpo de Elias deve ser levado ainda hoje para o Instituto Médico-Legal (IML) do município de Cascavel, onde vai passar por perícia. Somente depois segue para o Rio de Janeiro, onde deve ocorrer o sepultamento.