A família de Elias Maluco, encontrado morto nesta terça-feira, na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, recebeu de assistentes sociais do local a informação de que o condenado cometeu suicídio. Foi o que disse, na noite de hoje, a advogada de defesa Lucelia Gouveia.
Por meio nota, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) confirmou a morte, mas não deu detalhes de como Elias morreu. O órgão ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública informou apenas que a família já havia sido notificada pelo Serviço Social da unidade prisional. Segundo o Depen, o local da morte ficou preservado até a chegada da Polícia Federal, responsável por fazer a perícia.
Na semana passada, uma ação conjunta do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) e da Polícia Civil foram a endereços supostamente ligados a Elias Maluco durante operação que investigou crimes de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho.
Conforme as investigações do MP-RJ e polícia, Elias Maluco era dono do tráfico de todas as favelas comandadas pelo CV na Baixada Fluminense. Dentro da facção, ele só se mantinha “abaixo” de Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP — que também está preso na unidade federal Catanduvas.
As investigações apontaram ainda que, somente na Baixada Fluminense, área supostamente comandada por Elias Maluco, o faturamento mensal de algumas localidades com o tráfico de drogas chega a R$ 7,2 milhões. Desse valor, as lideranças absorvem cerca de 20% do lucro.
Em agosto do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu conceder liberdade para Elias Maluco, mas decisão acabou derrubada, após dois meses, uma vez que ele já tinha outras condenações, respondendo inclusive por lavagem de dinheiro.
O corpo de Elias deve ser levado ainda hoje para o Instituto Médico-Legal (IML) do município de Cascavel, onde vai passar por perícia. Somente depois segue para o Rio de Janeiro, onde deve ocorrer o sepultamento.
Lucelia, que defendia o condenado pela morte do jornalista Tim Lopes, disse que tinha uma reunião com Elias às 16h desta terça-feira. Quando chegou à penitenciária, funcionários da unidade teriam informado que ele não queria recebê-la. Somente depois ela descobriu que ele já estava morto.