A Polícia Civil prendeu um casal acusado da morte de uma criança que estava sendo adotada. A ação da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher e da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa, ambas de Gravataí, foi realizada na manhã desta quarta-feira. Os agentes cumpriram dois mandados de prisão preventiva, sendo que o homem, de 44 anos, foi detido em Tramandaí, e a mulher, de 39 anos, capturada em Três Coroas. Os dois são investigados pelo óbito de uma menina, de cinco anos, ocorrido no dia 21 de julho deste ano. A criança foi levada já sem vida a um posto de saúde de Gravataí.
Segundo a titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, delegada Karina Heineck, os suspeitos residiam em Três Coroas, mas encontravam-se atualmente morando em um sítio no bairro Barro Vermelho, em Gravataí. A vítima e outras duas irmãs mais velhas dela, de seis e de nove anos, estavam em um processo de adoção pelo casal. “Havia denúncias no Conselho Tutelar de Três Coroas”, revelou, referindo-se ao fato dos três irmãos estarem frequentemente machucados pelo corpo devido aos maus-tratos. “Elas viviam quase uma tortura”, resumiu.
No posto de saúde, a desculpa do casal foi de que a menina havia caído. A delegada Karina Heineck disse que o laudo do Departamento Médico Legal do Instituto-Geral de Perícias apontou dois traumatismos como causa da morte da criança, sendo que até o intestino da vítima foi rompido. “A perita constatou que havia sinais muito sugestivos de estupro”, observou.
Conforme a titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, as duas irmãs da vítima foram levadas para um abrigo pelo Conselho Tutelar. “Elas estão aos poucos ficam mais vontade pois estavam amedrontadas. Elas começaram a relatar coisas horríveis”, destacou.
Um outro menino, de seis anos, adotado há mais tempo pelo casal, também foi abrigado e a situação dele será possivelmente verificada pela DP de Três Coroas. O trabalho investigativo prossegue com apoio do delegado Eduardo Limberger do Amaral, titular da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Gravataí, que havia dado início à apuração da morte da menina. Dependo da análise de material apurado, o casal pode ser indicado por homicídio qualificado, maus-tratos, estupro e tortura.