Pré-candidata a prefeita em Porto Alegre nega surpresa com ação que prendeu presidente nacional do PSC

Alegando ter sofrido "puxada de tapete" do PSL, empresária mostra-se cautelosa sobre corrida eleitoral na capital

Carmen Flores. Foto: Rádio Guaíba

A pré-candidata à Prefeitura de Porto Alegre pelo PSC, Carmen Flores, negou hoje ter ficado surpresa com a prisão do presidente nacional do partido, Pastor Everaldo Pereira, ocorrida nesta sexta-feira. Além do político, filhos dele foram detidos em uma ação policial que resultou, ainda, no afastamento do cargo do governador Wilson Witzel (PSC-RJ).

“Não fiquei surpresa porque a gente já sabia mais ou menos que havia alguns problemas e algumas coisas. Mas eu acredito que todo ser humano tem direito à defesa. Então, vamos ver a defesa que ele vai apresentar a nós. Se for culpado, que pague, mas se não for, que seja defendido e liberado com dignidade”, disse.

Em função da prisão do dirigente, Carmen Flores admite que pode “repensar” a candidatura ao Paço Municipal, mas garante ter ouvido do ex-senador e ex-deputado federal Marcondes Gadelha, que assumiu provisoriamente o comando da PSC, a recomendação de que os pré-candidatos da legenda sigam normalmente as campanhas eleitorais pelo país.

Por ora no páreo, a empresária também refuta a hipótese de ter a imagem desgastada pelos adversários em função da prisão de Everaldo, uma vez que políticos de diferentes siglas já foram presos no Rio de Janeiro. “Governadores do Rio de Janeiro de vários partidos já foram presos. Parece que tem uma galinha enterrada lá. Então, não pode atirar pedra quem tem telhado de vidro”, considera.

Carmen Flores também recorda ter sofrido uma “puxada de tapete” do PSL na eleição passada e, por isso, redobra a cautela quanto à possibilidade de manter a candidatura. Em 2018, ela concorreu a uma vaga no Senado somando mais de 1,5 milhão de votos. Após a prestação, teve as contas rejeitadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Para evitar possível inelegibilidade, a empresária garante quitar a pendência de R$ 153 mil. “Como o PSL era pequeno, eu não tive como contratar um ‘bam-bam-bam’ e fizeram os lançamentos errados. Mas não existe crime. O que houve foi um erro de lançamento”, garante.

Em chapa pura, Carmen Flores pretende disputar a corrida eleitoral tendo o ex-goleiro do Grêmio Mazarópi como vice. Em 1992, o multicampeão gremista se elegeu o vereador mais votado em Porto Alegre, à época pelo PMDB.

Prisão
Conforme o Ministério Público Federal, o Pastor Everaldo integra um grupo investigado por compras irregulares e desvio de recursos durante a pandemia do coronavírus. A ordem de prisão partiu do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele é associado ao loteamento de cargos e indicações políticas em órgãos do Rio de Janeiro.