Guedes: jornada reduzida vai ser prorrogada por mais dois meses

Acordos passarão a ser válidos por até 180 dias

Foto: Alan Guedes / PR

O programa de suspensão de contratos de trabalho e de redução de jornada e de salário vai ser prorrogado por dois meses, anunciou hoje o ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo ele, a iniciativa é a medida mais eficaz adotada pelo governo para preservar empregos durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

“[Conseguimos] preservar 16 milhões de empregos gastando pouco mais de R$ 20 bilhões. O programa tem tanto sucesso que vamos estender por mais dois meses justamente para continuar preservando esses empregos enquanto a economia faz essa volta em V”, declarou o ministro em entrevista coletiva para divulgar as estatísticas de empregos formais em julho.

Guedes também informou que o governo vai anunciar novas medidas na terça-feira, como o relançamento do programa de carteira de trabalho Verde Amarela, divulgado no ano passado por meio de uma medida provisória que perdeu a validade, e do programa Renda Brasil, que pretende expandir o Bolsa Família.

Os programas fazem parte de um pacote de medidas a ser anunciado pelo governo no início da próxima semana. Além de medidas para o mercado de trabalho, vai ser lançado um programa habitacional, anunciado mais cedo pelo ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

Inicialmente, o programa de suspensão de contratos tinha previsão de durar dois meses, e a redução de jornada, até três meses. Em julho, o presidente Jair Bolsonaro publicou um decreto ampliando a validade dos acordos para 120 dias, período máximo atualmente em vigor. Com a nova prorrogação, os acordos passarão a ser válidos por até 180 dias.

Pago aos trabalhadores que aderem aos acordos, o Benefício Emergencial (BEm) equivale a uma porcentagem do seguro-desemprego correspondente ao contrato. Como o dinheiro vem do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), o Ministério da Economia informou que a prorrogação não gera impacto no orçamento do programa, estimado em R$ 51,3 bilhões.

Desde abril, 16,3 milhões de trabalhadores fecharam acordo de suspensão de contratos de trabalho ou de redução de jornada e de salário em troca de complementação de renda e de manutenção do emprego. As estatísticas são atualizadas diariamente pela Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia em um painel virtual.