A Prefeitura de Porto Alegre voltou a apresentar projetos de reestruturação do modelo de mobilidade urbana na cidade. Desde o ano passado, o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) tenta aplicar mudanças no sistema de transporte. No entanto, o Executivo não obteve sucesso, com polêmicas envolvendo o Legislativo e parte da opinião pública diante dos projetos. O pacote anterior previa a redução do preço da passagem de ônibus bancada com o aumento de taxas de circulação no município.
No projeto original, a Prefeitura iria cobrar uma taxa de congestionamento a todos os veículos que ingressassem nos limites de Porto Alegre. Com o novo texto, essa espécie de pedágio urbano valeria apenas para quem entrasse no Centro Histórico. De acordo com o secretário de Mobilidade, Rodrigo Tortoriello, a tarifa seria de R$ 4,70 entre 7h e 20h. “Com essa tarifa cobrada do veículo, que reduz a tanto de circulação, mas também a questão da poluição, a gente pode reduzir em R$ 1,60 a tarifa de Porto Alegre”, explicou.
Além da redução de R$ 1,60, com o pedágio urbano, a tarifa dos ônibus pode cair mais. Parte da correção seria com o fim da taxa paga à EPTC pela gestão da mobilidade em Porto Alegre (R$ 0,15). Outra parte seria com a cobrança de uma tarifa para aplicativos de transporte (R$ 0,70). A Prefeitura também propõe permitir o uso da verba das receitas extraordinárias. Ela seria arrecadada com a publicidade nos ônibus, a renda do passe antecipado e o lucro das áreas de estacionamento para reduzir a passagem.
Avaliação da Prefeitura
O prefeito Nelson Marchezan Júnior disse que a expectativa da Prefeitura é que, em 2021, a passagem custe R$ 2 para o cidadão em geral e R$ 1 para o estudante. Trabalhadores teriam passe livre, com a cobrança de um valor diretamente junto aos empregadores.
Segundo Marchezan, os projetos têm como objetivo recuperar a sustentabilidade do modelo de transporte público em Porto Alegre. O prefeito apontou como causas da crise a redução no número de passageiros na última década e os reflexos da pandemia de Covid-19. “Nos últimos dez anos, a gente perdeu, até 2018, 30% do volume de passageiros aqui na cidade de Porto Alegre. E, de 2018 para cá, a gente teve uma aceleração dos aplicativos e a pandemia deste ano”, observou.
As novas propostas serão enviadas para a Câmara Municipal para análise entre os vereadores. Na videoconferência de apresentação dos projetos, o prefeito Nelson Marchezan Júnior dialogou com especialistas e defensores da política de mobilidade da atual gestão.