Comércio tem pior semestre desde 2016, apesar de alta em junho, diz IBGE

Pesquisa do IBGE mostra que setor registrou queda de 3,1% em comparação com o primeiro semestre de 2019, mas acumula alta de 8% no mês

Foto: Guilherme Almeira/ CP

Apesar do crescimento de 8% nas vendas do comércio em junho, o setor registrou o pior semestre desde 2016, com queda de 3,1% em comparação ao mesmo semestre de 2019, segundo a PMC (Pesquisa Mensal do Comércio), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (12).

Esse resultado semestral é o menor desde o segundo semestre de 2016, quando a queda foi de 5,6%, e foi influenciado pelas medidas de isolamento social impostas para conter a transmissão do coronavírus.

O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, diz que recordes eram esperados, tanto positivos como negativos.

“Os resultados positivos eram esperados porque viemos de uma base de comparação muito baixa, que foi o mês de abril (-17%). Esse crescimento, então, foi praticamente generalizado, distribuído em quase todas as atividades. Desde o começo da pandemia, a gente bate muitos recordes, tanto negativos quanto positivos, então os números estão muito voláteis”, afirma Santos.

Crescimento em junho 

Além do crescimento de 8% em comparação com o mês de maio, o setor cresceu 0,5% em relação a junho de 2019.

De maio para junho, sete das oito atividades pesquisadas registraram alta: livros, jornais, revistas e papelaria (69,1%); tecidos, vestuário e calçados (53,2%); móveis e eletrodomésticos (31,0%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (26,1%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (22,7%); combustíveis e lubrificantes (5,6%); e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,7%).

Apenas o setor de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-2,7%), apresentou recuo nas vendas frente a maio de 2020.