“Foi mais um torpedo que recebemos”, lamenta presidente do Sindilojas após liminar que limita horário do comércio

Entidade, porém, assegurou que a decisão judicial vai ser cumprida

Foto: Alina Souza/CP

Em tom de desabafo, o presidente do Sindilojas Porto Alegre, Paulo Kruse, lamentou a decisão judicial que limitou o funcionamento do comércio na capital até as 16h, como determina o decreto estadual que liberou atividades não essenciais em cidades com bandeira vermelha, de risco alto para o novo coronavírus. Nesta semana, o prefeito Nelson Marchezan Jr. autorizou a retomada das atividades comerciais de sexta a domingo, sem limitação de horário, para o fim de semana do Dia dos Pais. Como a medida extrapola o regramento estadual, a Justiça de Porto Alegre restabeleceu a restrição do varejo na cidade. A decisão prevê multa de R$ 5 mil para cada estabelecimento que estiver operando após as 16h.

“Fomos surpreendidos negativamente. Agora temos que enfrentar mais este problema. Lamentamos profundamente. É uma falta de sensibilidade com os comerciantes, que estão sofrendo. Achamos injustificável esta medida ter sido tomada assim, sem negociação. Foi mais um torpedo que recebemos”, lamentou Kruse.

O dirigente apelou para que o setor produtivo, que gera empregos, seja mais respeitado. No entanto, mesmo com a negativa, o dirigente assegurou que a decisão judicial vai cumprida no varejo da capital. “Somos legalistas e não queremos descumprir norma nenhuma. Mas se for preciso, vamos acionar judicialmente. Esta medida cria insegurança”, considerou. Se por um lado a entidade vislumbra recorrer da decisão, a Procuradoria-Geral do Município (PGM) já adiantou que a liminar de primeiro grau vai ser questionada.

Desde sexta-feira, o comércio está aberto na capital. A previsão era manter a abertura das lojas até domingo, sem regramento de horário. Porém, o decreto estadual determina que o varejo só pode operar até as 16h de sábado em cidades com bandeira vermelha.