Congresso decreta luto oficial de quatro dias após 100 mil mortes por Covid-19

Decisão é do presidente do Senado, Davi Alcolumbre

Foto: Pedro França/Agência Senado

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), informou neste sábado que o Congresso decretou luto oficial de quatro dias em solidariedade “a todos os brasileiros afetados pela pandemia e às vítimas desta tragédia”. De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, o anúncio, feito no Twitter, ocorre no dia em que o Brasil ultrapassa a marca de 100 mil mortes. Com o luto oficial, as sessões na Câmara e no Senado só serão retomadas na quarta-feira.

“Hoje é um dos dias mais tristes da nossa história recente. O Brasil registra 100 mil vidas perdidas para a Covid-19. O Congresso Nacional decreta luto oficial de 4 dias em solidariedade a todos os brasileiros afetados pela pandemia e às vítimas desta tragédia”, escreveu Alcolumbre.

Em março, Alcolumbre testou positivo para a Covid-19 e permaneceu duas semanas em quarentena domiciliar. Ele retomou as atividades depois disso. O Senado, porém, mantém sessões remotas para evitar o risco de disseminação da doença no Congresso Nacional. A retomada dos trabalhos presenciais, inicialmente prevista para agosto, é incerta. Quando o País atingiu 10 mil mortes, o Congresso decretou três dias de luto.

“Não podemos nos conformar, nem apenas dizer #CemMilEdaí. São mais de 100 mil mortos; 100 mil famílias que perderam entes para a Covid. Que a ciência nos aponte caminhos e que a fé nos dê esperança”, escreveu o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro.

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), também repercutiu a marca de 100 mil mortes, em redes sociais, neste sábado. “Quem disse que poucos morreriam? Quem gerou aglomerações em passeios irresponsáveis? Quem sabotou uso de máscaras? Quem debochou das mortes, alegando não ser coveiro? Quem divulgou remédios “milagrosos”, sem ser médico? São as perguntas do Tribunal da História para Bolsonaro”, escreveu Dino.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), só usou as redes sociais, até a metade desta tarde de sábado para interagir com apoiadores, divulgar ações do governo e destacar o número de pacientes já recuperados. O presidente da República compartilhou no Instagram publicação de site alinhado ao governo sobre os 2 milhões de recuperados da infecção pela Covid-19 no País. Bolsonaro também mostrou vídeos de viagens recentes que fez à Bahia, Piauí e Rio Grande do Sul. As imagens mostram aglomerações de apoiadores na chegada do presidente, contrariando recomendações de autoridades de saúde.

No Facebook, Bolsonaro repetiu que não deseja participar de articulações no primeiro turno das eleições municipais deste ano. Nos comentários da publicação, o presidente mandou um “abraço” a Mão Santa (DEM), prefeito de Parnaíba, e desejou sorte a uma apoiadora que disse ser pré-candidata a vereadora.

Bolsonaro já havia mencionado que o País se aproximava de 100 mil mortos, em transmissão nas redes sociais na quinta-feira. Ao lado do ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, o presidente disse que era preciso “tocar a vida”, apesar das vítimas. “A gente lamenta todas as mortes, está chegando a 100 mil, vamos tocar a vida e buscar uma maneira de se safar desse problema”, afirmou.