O Ministério Público Federal prorrogou por mais 90 dias a investigação que apura se houve vazamento da Polícia Federal sobre a Operação Furna da Onça para o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos).
A investigação é parte do procedimento aberto para apurar declarações feitas pelo ex-aliado do governo, o empresário e pré-candidato à prefeitura do Rio, Paulo Marinho (PSDB), de que o filho mais velho do presidente recebeu um alerta sobre a operação, que trouxe à tona as movimentações atípicas nas contas do ex-assessor Fabrício Queiroz. O então funcionário de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio havia sido citado em um relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), o que arrastou o então deputado para o centro de uma investigação criminal sobre suposto esquema de desvio de salários no gabinete dele, a chamada “rachadinha”.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Marinho afirmou que, segundo relato do próprio Flávio, um delegado da Polícia Federal avisou das investigações pouco após o primeiro turno das eleições de 2018 e informou que membros da Superintendência da PF no Rio adiariam a operação para não prejudicar a disputa de Jair Bolsonaro (sem partido) no segundo turno.
Além do empresário, Flávio depôs, no fim do mês passado, ao procurador Eduardo Santos de Oliveira Benones, responsável pela investigação. No gabinete dele, em Brasília, negou ter recebido informações privilegiadas da PF. O senador acusa Marinho, que é suplente da chapa, de querer a cadeira dele de senador.
No final de junho, Fabrício Queiroz também prestou depoimento de dentro do presídio de Bangu 8, onde ficou preso antes de receber autorização para detenção domiciliar, e, assim como o ex-chefe, negou o vazamento.
A Procuradoria mira agora delegados da Polícia Federal do Rio de Janeiro e policiais que participaram das diligências e tiveram acesso aos autos da operação.