Governo estuda estender auxílio emergencial, mas com valor menor

Uma das opções é pagar R$ 200; benefício já teve cinco parcelas confirmadas de R$ 600, de abril a agosto

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O governo estuda estender o auxílio emergencial, destinado a trabalhadores informais, desempregados e beneficiários do Bolsa Família, até o fim de 2020, segundo apurou a reportagem do jornal O Estado de S.Paulo com integrantes da equipe econômica.

A ideia é que o benefício seja prorrogado até dezembro, mas o valor das próximas prestações (setembro, outubro, novembro e dezembro) deve ser menor do que os R$ 600. Uma das opções é pagar R$ 200 nesses meses.

O governo já destinou R$ 254,4 bilhões para o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600, em um total de cinco parcelas (de abril a agosto). A despesa mensal do auxílio está em R$ 51,5 bilhões, e todos os gastos do governo para combater os efeitos da pandemia de Covid vêm sendo bancados com o aumento do endividamento do país.

Para o governo, o “grande nó” é a substituição do auxílio emergencial por um novo programa social, batizado de Renda Brasil, em substituição ao Bolsa Família. Há dúvidas se o governo vai ou não conseguir tirar o programa do papel até o fim do ano.

A equipe econômica quer atrelar esse debate a uma revisão de gastos sociais considerados ineficientes. Na mira dos técnicos, o abono salarial, o seguro-defeso (pago a pescadores artesanais no período de reprodução dos peixes, quando a pesca é proibida) e o farmácia popular.

Além disso, a continuidade do pagamento do auxílio emergencial ajuda a garantir apoio a Jair Bolsonaro, principalmente nos estados do Norte e Nordeste. Em viagens pelo país o presidente, em tom de campanha, tenta capitalizar medidas aprovadas pelo Congresso.