CPERS protesta em “dia do basta” contra problemas na educação

Presidente do CPERS pontua que, em meio ao parcelamento, professores estão arcando com custos mais altos para dar aulas virtuais

Helenir Schürer garante respeito ao distanciamento social em manifestações no
Foto: CPERS

Completando 56 meses de salários parcelados, professores da rede pública estadual vivem agora os impactos da pandemia de Covid-19 no trabalho. O CPERS, sindicato que representa a categoria, organizou uma manifestação a fim de alertar o governo para a situação dos educadores. O ato foi batizado de “dia do basta” e ocorre na Praça da Matriz, em Porto Alegre, e nas Coordenadorias Regionais de Educação espalhadas pelo interior do Rio Grande do Sul. Observando as medidas de distanciamento social, a mobilização é controlada para evitar aglomerações.

A presidente do CPERS ressalta que os professores em home office estão ultrapassando suas cargas horárias na preparação das aulas e na participação de cursos virtuais. Helenir Schürer também explica que os custos de computadores e internet estão sendo bancados pelos educadores. “Infelizmente, os professores nas escolas estão quase em full time. A sua casa virou um escritório, uma sala de aula”, lamentou. “Hoje, nós estamos pagando tudo do nosso bolso. Tem professor se endividando mais ainda para poder ter um notebook para desenvolver o trabalho. Nós achamos que isso não é justo, quando temos um governo que sequer paga o salário em dia. E, ao mesmo tempo, nos preocupamos com os alunos”, apontou Helenir.

CPERS se posiciona sobre retorno às escolas

Com a indefinição sobre a volta das aulas presenciais na rede pública, o CPERS disse ser favorável ao retorno apenas quando a curva de contágio da Covid-19 estar em baixa. “As condições no Estado e no Brasil ainda não estão controladas e fica muito difícil prever o retorno”, sublinhou Helenir Schürer. “Se não tivermos uma curva decrescente muito forte em relação à contaminação por Covid nós não podemos voltar para as escolas. Porque, se não, elas poderão se tornar um polo de contaminação e fortalecimento do vírus”, alertou a presidente do sindicato que representa o magistério.

Helenir destacou que outra cobrança do CPERS é o pagamento dos dias parados na greve do ano passado, com a recuperação das aulas pelos professores.