Pessoas começarão a receber vacina para Covid-19 apenas em 2021, adverte OMS

De acordo com Mike Ryan, ideia "de que teremos uma vacina em dois ou três meses e de repente esse vírus vai embora não é realista"

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O diretor-executivo da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan, se disse otimista, nesta quarta-feira, com o sucesso obtido pelas candidatas a vacina contra a Covid-19, mas também pediu realismo na expectativa sobre prazos em torno de uma dose bem-sucedida e eficaz. Nesse quadro, ele insistiu na necessidade de que se mantenham e reforcem as medidas comprovadas para conter a disseminação do problema. As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

“Sendo realista, estamos acelerando o máximo possível, mas temos de garantir segurança, tomar toda precaução para ter resultado seguro”, comentou Ryan sobre as vacinas em desenvolvimento. “Mas, sendo realista, é na primeira parte do próximo ano até que comecemos a ver pessoas sendo vacinadas”, previu ele, durante sessão de perguntas e respostas, ao lado da líder da resposta da OMS à pandemia, Maria Van Kerkhove.

Ryan disse que há notícias positivas na busca pelas vacinas, como o fato de que as candidatas que até agora chegaram à fase 1 dos testes foram aprovadas, mostrando serem seguras para a saúde dos pacientes. Ele também elogiou o fato de pessoas estarem se candidatando para “expandir os testes pelo mundo”.

O diretor executivo da OMS lembrou que é preciso ter uma vacina segura e eficaz, mas também garantir escala na produção e distribuição. “Precisamos garantir justiça” na distribuição delas, ressaltou.

Além de pedir realismo sobre prazos, Ryan lembrou que as vacinas em geral não são 100% eficazes. “Teremos de ver o quão eficazes as vacinas serão e por quanto tempo dura a proteção”, afirmou. De acordo com ele, a ideia “de que teremos uma vacina em dois ou três meses e de repente esse vírus vai embora não é realista.”

Ações para conter pandemia
Maria Van Kerkhove insistiu que as pessoas devem se concentrar em ações para conter o problema, como o uso de máscaras, o distanciamento físico, testes em casos suspeitos, isolamento dos suspeitos e dos doentes e o rastreamento de contatos dessas pessoas.