Covid: Justiça determina afastamento de todos os trabalhadores da JBS de Três Passos

Decisão ocorre após mais de 400 trabalhadores da unidade testaram positivo para a doença

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O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4) determinou o afastamento, por duas semanas, de todos os 989 funcionários da JBS de Três Passos, no Noroeste gaúcho. A decisão ocorre após 408 trabalhadores terem testado positivo para o novo coronavírus, conforme o Ministério Público do Trabalho. Um deles morreu vítima da doença.

A sentença, do desembargador Marcelo José Ferlin D’Ambroso, é dessa quinta-feira. No despacho, o magistrado ainda determinou que a empresa teste os trabalhadores a partir do décimo dia de afastamento.

No começo do mês, a China suspendeu a importação de carne produzida na unidade de Três Passos da JBS em função dos casos de Covid registrados na planta frigorífica.

Em nota, a empresa informou que não vai comentar os processos em andamento. A Companhia reforça que não mede esforços “para a garantia do abastecimento e da produção de alimentos dentro dos mais elevados padrões de qualidade e segurança além da máxima proteção dos seus colaboradores”.

Interdições de plantas frigorificas do Rio Grande do Sul já foram determinadas em diferentes cidades. Nesta semana, a reportagem da Rádio Guaíba constatou que a incidência de Covid em frigoríficos é superior à de todos municípios do RS. Pouco mais de 6,2 mil trabalhadores foram diagnosticados com a Covid-19, segundo levantamento do Ministério Público do Trabalho.

Nota oficial da JBS:

A JBS não comenta processos em andamento. A Companhia reforça que não tem medido esforços para a garantia do abastecimento e da produção de alimentos dentro dos mais elevados padrões de qualidade e segurança além da máxima proteção dos seus colaboradores. A empresa implementou um robusto protocolo com medidas eficazes para o controle, prevenção e segurança dos colaboradores em suas unidades. O protocolo adotado pela JBS está em conformidade com a Portaria interministerial nr. 19, de 18 de junho de 2020 (Ministérios da Saúde, Agricultura e Economia) e segue as orientações de médicos infectologistas especializados, como Dr. Adauto Castelo Filho, e instituições de referência, como o Hospital Albert Einstein.