Reitor da UFRGS planeja ambiente educacional mais interativo com a sociedade

Datas para o vestibular da instituição serão definidas após retorno das aulas presenciais

Foto: Reprodução / Facebook da Rádio Guaíba

Rui Vicente Oppermann, reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), garantiu hoje, em entrevista ao programa Direto Ao Ponto, da Rádio Guaíba, que a Universidade precisará enfrentar um “grande desafio” para o prosseguimento do calendário, mas que está preparada. Na próxima semana, estará na pauta do Conselho Universitário o desenvolvimento de atividades emergenciais remotas, a criação de um possível auxílio emergencial aos estudantes e a revisão do estatuto da Universidade. “A sociedade mudou. Hoje temos um universo mais democrático inclusivo. As cotas, por exemplo, alteraram a realidade da universidade e nós precisamos colocar isso dentro dessa nova realidade”, afirmou. Além da atualização, o objetivo desta mudança seria tornar o ambiente educacional mais interativo com a sociedade.

A UFRGS, “melhor universidade federal brasileira”, se orgulha do seu alto índice de formação de professores, mas Oppermann está preocupado com a formação de novos profissionais em meio à pandemia. “A licenciatura é um orgulho e nós estamos muito preocupados com os alunos que serão futuros professores, mas que não estão fazendo os seus estágios, já que as aulas nas escolas públicas estão suspensas”, salientou. Sobre o vestibular deste ano, as datas das provas só serão definidas após o início gradual do retorno ao ensino presencial. “A UFRGS não quer gerar prejuízo a nenhum aluno”, garantiu.

Reeleição

Rui Vicente Oppermann foi reeleito, na última segunda-feira (13), para continuar ocupando  o cargo pelos próximos 4 anos. A sua chapa é a primeira da lista tríplice que será enviada ao MEC para análise. Após essa aprovação, as indicações aguardam a escolha do ministro da Educação e ainda sanção presidencial para definição oficial da gestão da universidade.

Oppermann elogiou Milton Ribeiro afirmando que o ministro é “um homem de diálogo”. “O que a educação brasileira, em especial as universidades brasileiras, precisam neste momento é o diálogo após a passagem do ex-ministro (Abraham Weintraub) pela pasta”. Weintraub, no ano passado, acusou as universidades federais de abrigarem plantações de maconha e laboratórios de metanfetamina. O fato que ainda gera desinformação. “Essas acusações propagam inverdades, como as que na UFRGS haveria o domínio ideológico”, opinou.

Sobre as acusações que a sua chapa vem enfrentando, o reitor esclareceu que a “evasão e repetência não são a mesma coisa”. A informação de que a “cada dez alunos que entram na UFRGS, cinco desistem do curso é uma inverdade”. A estatística não leva em consideração, por exemplo, a mudança de cursos dos alunos, o abandono da faculdade por questões socioeconômicas e ainda que as repetências nas disciplinas, como física, química e matemática, são naturais. “Deu a impressão de que a universidade seria uma fábrica de ausências”, lamentou.

O conselho universitário ressalta que enviará a lista tríplice e que “se chateou muito” com o questionamento da obrigação legal da instituição. “Não há a menor chance de não enviarmos a lista com os três nomes eleitos, seria contra lei (…) Respeitem a UFRGS nesse aspecto”, enfatizou.