Bolsonaro critica “desinformação” e “pânico disseminado” em meio à pandemia de Covid

Segundo o Ministério da Saúde, mais de 71 mil pessoas morreram em todo o território brasileiro devido à Covid-19

Foto: Isac Nóbrega / PR / Divulgação

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, neste domingo, que o combate à pandemia da Covid-19 vem sendo marcado pela “desinformação” e “pânico”. Em publicação em redes sociais, intitulada “a hora da verdade”, o presidente também falou sobre a situação econômica do País.

“A desinformação foi uma arma largamente utilizada. O pânico foi disseminado fazendo as pessoas acreditarem que só tinham um grave problema para enfrentar”, disse. Desde o início da pandemia, o presidente repete o discurso que é preciso enfrentar o vírus e também o desemprego.

Na última terça-feira, Bolsonaro disse ter testado positivo para a Covid-19. Em manifestações via redes sociais, Bolsonaro afirmou estar se tratando com cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra a doença, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

“A realidade do futuro de cada família brasileira deve ser despolitizada da pandemia. Os números reais dessa guerra brevemente aparecerão”, declarou o presidente, que critica medidas de distanciamento social tomadas por prefeitos e governadores para combater o avanço da Covid-19.

Bolsonaro não esclareceu na publicação a que “números reais” se referia. Procurada, a Secretaria Especial de Comunicação informou que o Planalto não vai comentar o assunto.

A pandemia já registrou no Brasil 71.469 mortes pela doença e 1.839.850 casos confirmados em todas as unidades da federação, segundo o Ministério da Saúde. O País completa neste domingo 58 dias sem um titular na pasta, que está sendo comandada interinamente pelo general Eduardo Pazuello.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse no sábado que o Exército está se associando a um “genocídio”, ao se referir à crise sanitária instalada no País em meio à pandemia do novo coronavírus, agravada pela falta de um ministro efetivado no cargo.

Recessão

O presidente também disse que o País se encontra “na beira da recessão” com “milhões de empregos destruídos e dezenas de milhões de informais sem renda”.

O chefe do Executivo afirmou que a situação só não está pior em função das ações do governo federal. Ele mencionou a liberação de crédito para pequenas e médias empresas e do socorro fiscal de R$ 60,1 bilhões para estados e municípios, além do auxílio emergencial de R$ 600.

Há ainda 10 milhões de brasileiros na fila para receber o auxílio emergencial. Esse grupo da população que aguarda o resultado da análise ou reanálise do Executivo para concessão do benefício.