Nível do Guaíba passa da cota máxima de atenção

Águas chegaram a 2,50 metros de altura no Cais Mauá, nesta sexta

Moradores temem que águas cheguem na altura da segunda ponte, em construção | Foto: Alina Souza/CP

O nível das águas do Guaíba atingiu, na tarde desta sexta, 2,50 metros de altura no Cais Mauá, passando em 1 centímetro a cota máxima de atenção, de 2,49. E segue subindo, a 2 centímetros da cota da cheia de 2002 e prestes a entrar no ranking das seis maiores cheias desde 1941.

Em 2015, o Guaíba alcançou 2,97 metros e, em 2016, 2,65. Por conta disso, as ilhas das Flores, Pavão, Grande dos Marinheiros e Pintada, que compõem o bairro Arquipélago, inundaram a partir da madrugada.

A tendência é de que a situação se agrave no fim de semana. De acordo com o monitoramento da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), nos próximos dias as bacias do Gravataí e Sinos devem seguir em elevação em função do tempo de deslocamento da onda de cheia, colaborando para elevar ainda mais o nível do Guaíba até a próxima segunda-feira.

Em função disso, a Defesa Civil de Porto Alegre mantém o monitoramento constante da situação. Com a elevação do Guaíba, moradores da Ilha Grande dos Marinheiros temem que a água invada a parte baixa da segunda ponte do Guaíba, ainda em construção. Quem trafega pela BR 116, no sentido Porto Alegre-Guaíba, percebe a elevação. A estrutura mede 3,66 metros de altura.

Questionado, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) descartou a possibilidade. De acordo com estudos, realizados com base em relatórios do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), a estrutura atende aos parâmetros de segurança. Conforme a análise, o valor de referência da cota da cheia, para um período de 100 anos nas imediações da travessia, é de 3,17 metros, o que garante uma folga de 49 centímetros entre o fundo da viga e o nível máximo provável da água.

Nas ilhas Grande dos Marinheiros, da Pintada, do Pavão e das Flores, dezenas de famílias acordaram cedo, nesta sexta, para começar a colocar os móveis para o alto.

A Defesa Civil Municipal emitiu um alerta sobre a possibilidade de inundação. Até o início da tarde, uma família havia sido removida pelos bombeiros e encaminhada à casa de parentes.