MP formaliza denúncia contra mãe do menino Rafael, por quatro crimes

Assassinato ocorreu em maio, em Planalto. Penas podem variar de 14 anos e 06 meses a 42 anos de reclusão

Foto: Acervo Pessoal/Reprodução

O Ministério Público formalizou denúncia contra Alexandra Dougokeski, mãe de Rafael Mateus Winques, de 11 anos, morto em maio em Planalto, no Norte gaúcho. Em entrevista coletiva online nesta sexta-feira, a promotoria explicou que Alexandra vai ser denunciada por homicídio doloso com quatro qualificadoras – motivo torpe, motivo fútil, asfixia e dissimulação de recurso que impossibilitou a defesa da vítima -, ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual. As penas podem variar de 14 anos e seis meses a 42 anos de reclusão.

Conforme a promotora de Justiça de Planalto, Michele Dumke Kufner, desde os primeiros momentos de investigação, Alexandra chamou a atenção pelo discurso incompatível, pela tranquilidade e pelos relatos demonstrando que ela tinha uma alta necessidade de controle e senso de comando. Além disso, Michele conta que a mãe do menino encenou emoções. Em um primeiro momento, Alexandra declarou que o menino havia desaparecido e tentou incriminar pessoas, como o próprio irmão e o pai da criança. “Tentou tirar o foco dela sobre a investigação e, mesmo após a confissão, ela criou outras versões paralelas”, explicou Michele.

Conforme o MP, nos dias anteriores da morte, Rafael passou muito tempo em jogos online e no celular. A mãe havia determinado horários para isso, além de impedido o menino de falar durante a brincadeira. A desobediência, conforme o MP, levou Alexandra a cometer o crime.

A investigação incluiu trabalho de perícia de sangue, de urina, de conteúdo estomacal, além de necropsia, exames de DNA, análise de dados de celular e de WhatsApp. Segundo o MP, Alexandra acessou inúmeros sites, vídeos e artigos com conteúdo adulto e violência, principalmente com informações e imagens de estrangulamento, asfixia, manipulação de medicamentos e sedação.

O MP aponta que, na noite de 14 de maio, após repreender Rafael aos gritos para parar de jogar, Alexandra deu a ele uma dose leve do calmante Diazepan. Depois, utilizou uma corda de varal de nylon para estrangular a criança ainda na cama. Ela o vestiu e levou o corpo até o pátio da residência vizinha, onde deixou o menino dentro de uma caixa, atrás de um tapume. Os vizinhos haviam saído da residência.

“Após esvaziar uma caixa de papelão cheia de sacolas com roupas usadas e retalhos de tecido que havia atrás do tapume, a denunciada depositou o corpo da inocente vítima no seu fundo, juntamente com um par de chinelos e os óculos que sempre usava, recolocando, por cima, o material antes retirado, posicionando o tapume em frente”, detalha a denúncia. No dia seguinte, ela procurou o Conselho Tutelar de Planalto, informando que percebeu a porta da casa aberta e registrando o desaparecimento do filho.

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