O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, negou um pedido apresentado pela defesa da extremista Sara Giromini, conhecida como Sara Winter, para afastar o ministro Alexandre de Moraes do inquérito que apura o financiamento e organização de atos antidemocráticos, pedindo a volta da ditadura militar. As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.
Os advogados da militante bolsonarista, que é investigada no caso e chegou a ser presa preventivamente por determinação de Alexandre, alegaram suspeição do ministro. Na prática, a negativa mantém a validade de todas as medidas determinadas no curso das investigações, incluindo provas obtidas em computadores, celulares e documentos apreendidos em endereços ligados a apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
“É público e notório que eventual suspeição do Ministro Alexandre de Moraes foi provocada pela arguente que, logo após sofrer medidas processuais de busca e apreensão no bojo do Inq nº 4.781, em 27/5/2020, propalou críticas e ameaças à Sua Excelência por vídeo postado em redes sociais”, escreveu Toffoli.
Segundo o presidente da Corte, a alegação de suspeição é ilegítima por ter sido ‘provocada’ pela própria extremista. Em vídeo publicado nas redes sociais após ser alvo de buscas da Polícia Federal no inquérito das fake news, em que também é investigada, Sara prometeu perseguir e ‘infernizar’ a vida do magistrado, responsável por determinar a operação da Polícia Federal que apreendeu o computador e o celular da ativista.
Desde que deixou a cadeia, onde ficou dez dias, ela precisa cumprir uma série de medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de contato com os demais investigados no inquérito. Além disso, a extremista só pode sair de casa para trabalhar ou estudar e, mesmo nesses casos, precisa manter distância mínima de um quilômetro das sedes do STF e do Congresso Nacional.
Até o momento, o inquérito apontou a ‘real possibilidade’ de atuação de uma associação criminosa voltada para a ‘desestabilização do regime democrático’ com o objetivo de obter ganhos econômico e político. A PGR estima que organização pode ter lucrado mais de R$ 150 mil com a divulgação de atos que pedem o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.