Após autorização da Anvisa, PUCRS vai definir nos próximos dias o início da testagem da vacina contra Covid

Vagas serão destinadas apenas para profissionais da saúde

Foto: PUCRS/Divulgação.

O Hospital São Lucas da PUCRS vai definir nos próximos dias o início da realização dos testes em voluntários para aplicação da vacina contra o novo coronavírus. Ontem, em coletiva de imprensa, o governador de São Paulo, João Doria, anunciou a autorização por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e informou que as inscrições em alguns locais começarão na próxima segunda-feira, dia 13 de julho. Entretanto, não é o caso da PUCRS, que ainda aguarda a conclusão de trâmites legais de contrato.

Em paralelo, o Hospital São Lucas já organiza a sua equipe multidisciplinar, que deve ser ampliada, bem como a preparação de um ambiente especial para atender estes testes clínicos em seu Centro de Pesquisa Clínica (CPC). As inscrições para esta fase de testes serão apenas para profissionais de saúde. O processo de testagem terá início em 20 de julho em alguns locais do país.

O líder do projeto e chefe de serviço de Infectologia do Hospital, Fabiano Ramos, afirma que os estudos espalhados pelo país irão funcionar com cronogramas diferentes. “Importante salientar que cada centro no país vai funcionar com cronogramas diferentes”, enfatiza. Ainda, de acordo com médico, pelo volume total anunciado, ou seja, 9 mil testes clínicos, o Hospital São Lucas acredita que, no Rio Grande do Sul, devam ser vacinados em torno de 800 voluntários. “O nosso hospital terá cerca de dois meses para vacinar todos as pessoas selecionadas, sendo que estas receberão a aplicação de duas doses da vacina ou placebo”, comenta.

Entre os requisitos para participar, os profissionais da saúde não podem ter sofrido infecção provocada pela Covid, não ter participado de outros estudos e não podem estar grávidas ou planejarem uma gravidez nos próximos três meses. Outra restrição é que não tenham doenças instáveis ou que precisem de medicações que alterem a resposta imune.

O Instituto Butantan, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, está adaptando uma fábrica para a produção da vacina. A capacidade de produção é de até 100 milhões de doses. Se a vacina for efetiva, o Instituto Butantan vai receber da Sinovac, até o fim do ano, 60 milhões de doses para distribuição.

Inicialmente, os testes serão realizados em nove mil voluntários que trabalham em instalações especializadas para COVID-19, em 12 centros de pesquisas de seis Estados brasileiros: São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e o Rio Grande do Sul.

Além do Hospital São Lucas da PUC, participam do estudo o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Instituto de Infectologia Emílio Ribas e Hospital Israelita Albert Einstein, Universidade Municipal de São Caetano do Sul, Hospital das Clínicas da Unicamp (Campinas), Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, Centro de Saúde Escola da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, Universidade de Brasília (UnB), Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos da Universidade Federal de Minas Gerais e Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná.