Apesar de apelos, movimentação de pessoas segue grande em Porto Alegre

Prefeitura municipal prevê patamar de 55% de isolamento social para frear a velocidade de disseminação do vírus e reduzir pressão sobre o sistema de saúde

A realidade da pandemia parece não ser suficiente para convencer a todos os porto-alegrenses sobre a necessidade de ficar em casa. Aos finais de semana, por exemplo, registramos movimentação intensa em diversas localidades da Capital, principalmente nas regiões do Centro e das avenidas Azenha e Assis Brasil, pontos tradicionais da cidade que concentram boa parte do comércio de rua. Nessas regiões, é possível observar que boa parte das pessoas desconsidera o contexto dramático que Porto Alegre está vivendo diante da evolução do contágio da Covid-19.

Pelas ruas conseguimos perceber que diversas pessoas sequer se preocupam com o uso das máscaras de proteção, item considerado essencial para evitar uma disseminação ainda maior do vírus. Além dessas, há quem acabe utilizando o acessório de maneira incorreta, apoiando no pescoço, no queixo ou pendurando em uma das orelhas, o que também acaba anulando o fator de segurança e, até mesmo, potencializando os riscos tanto para aquela pessoa, quanto para o coletivo.

Mesmo com a indicação de fechamento da maior parte das atividades comerciais, também é visível que parte das empresas acaba descumprindo tal determinação. Até notamos que há engajamento de uma parte dos comerciantes, mas os demais acabam atendendo ao público de uma forma, ou de outra, seja com a grade do estabelecimento pela metade, seja por uma porta menor, improvisada. Além disso, também há a presença de vendedores ambulantes, principalmente pelas ruas do Centro. Nesses casos, os próprios vendedores, inclusive, muitas vezes não utilizam máscara de proteção.

O movimento segue incompatível com a meta estipulada pela Prefeitura, intitulada “Desafio Porto Alegre”, uma campanha do Executivo municipal lançada na noite de sexta-feira, cuja intenção é sensibilizar, conscientizar e engajar a população em torno do aumento do isolamento social para 55%, para controlar o avanço do novo coronavírus na cidade. O patamar de 55% de isolamento social foi estabelecido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) como o mínimo necessário para frear a velocidade de disseminação do vírus e reduzir a pressão da pandemia sobre o sistema de saúde.

O relógio virtual com o índice medido no dia anterior, que será atualizado a cada 24 horas, está hospedado na nova plataforma de transparência dos dados sobre o novo coronavírus em Porto Alegre. De acordo com monitoramento da Prefeitura, no mês de maio o isolamento social ficou igual ou maior do que 55% em apenas cinco dias, sendo quatro sábados (3, 17, 24 e 31) e o feriado do dia do trabalho (1º). Em junho as taxas caíram ainda mais e o número só passou de 55% em dois sábados (7 e 28).