Variação cambial impacta em indicadores do agronegócio

Foto: Marcos Santos / USP Imagens / CP

A variação de quase 6% na taxa de câmbio influenciou diretamente nos custos de produção e nos preços dos produtos agropecuários no mês de maio. Conforme relatório divulgado nesta quarta-feira (1/7), pela Farsul, o Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) registrou alta de 1,78%, enquanto o Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores Rurais (IIPR) cresceu 7,26%.

No caso dos custos de produção, além do impacto do câmbio, a recuperação do preço do petróleo também colaborou no resultado. A variação cambial vem acelerando o IICP no acumulado do ano (3,64%) e em 12 meses (3,41%). Comportamento diferente do IPCA que tem queda de 0,16% no acumulado no ano.

A tendência é que o indicador siga em alta nos próximos meses, especialmente em relação ao comportamento do preço do petróleo. Como a taxa cambial também deve permanecer alta, o produtor deve dar especial atenção aos custos de produção em 2020.

No caso do IIPR, outro fator também teve forte influência, a estiagem. O acumulado do ano registra 23,02%. Em 12 meses, o indicador cresceu 42,59%, chegando próximo ao recorde registrado durante a seca de 2012. A alta cambial garantiu o preço interno das commodities que se mantiveram abaixo de 2019 durante o mês de maio no mercado internacional.

Na comparação com o IPCA Alimentos, o IIPR acumulado em 12 meses tem valorização mais acelerada. Além da taxa cambial estar em um patamar historicamente alto, valorizando os preços agrícolas, a baixa da atividade econômica no país, reflexo do distanciamento social no combate ao Covid-19, afeta muitos produtos que compõe o IPCA Alimentos.