Vacina chinesa contra a Covid vai ser testada no Hospital da PUCRS

Pesquisa é coordenada pelo Instituto Butantan, informou hoje o governo de SP

Foto: PUCRS/Divulgação.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou, nesta quarta-feira, que o Hospital São Lucas da PUC, em Porto Alegre, vai ser um dos 12 centros de testes de uma vacina chinesa contra o coronavírus. As unidades serão responsáveis pelos testes da fase 3, em humanos, da CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica Sinovac Biotech e considerada uma das mais promissoras em todo o mundo. Em Porto Alegre, o trabalho será coordenado pelo médico infectologista Fabiano Ramos. Nesta semana, serão definidos os números e critérios para recrutamento de voluntários gaúchos. Assim como em SP, os testes devem começar pelos profissionais da saúde, que compõem a linha de frente do enfrentamento da pandemia.

Os testes serão realizados em nove mil voluntários em centros de pesquisas de seis estados brasileiros: São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. A pesquisa clínica vai ser coordenada pelo Instituto Butantan, um dos maiores centros de pesquisa, desenvolvimento e produção de imunobiológicos do mundo. “A união da experiência do Butantan na produção de imunobiológicos aos esforços da Sinovac vai permitir que, logo, o país tenha uma vacina efetiva e segura contra a Covid-19, protegendo as pessoas e salvando milhares de vidas”, afirmou o diretor do Instituto Butantan e integrante do Centro de Contingência do Coronavírus de SP, Dimas Tadeu Covas.

João Dória também destacou que a capacidade de produção do Instituto Butantan é de 100 milhões de unidades da vacina. “O acordo com a Sinovac prevê explicitamente a transferência de tecnologia para a produção em escala industrial da vacina contra o coronavírus em São Paulo pelo Butantan. E assegurar também que a vacina seja distribuída gratuitamente pelo SUS em São Paulo e em todo o país”, mencionou.

A vacina contra o coronavírus, desenvolvida pela Sinovac, é uma das mais promissoras do mundo porque utiliza tecnologia já conhecida e amplamente aplicada em outros tipos de doses. Por isso, o Instituto Butantan avalia que a incorporação dela ao sistema de saúde deva ocorrer mais facilmente. O laboratório, com sede em Pequim, já realizou testes do produto em cerca de mil voluntários na China, nas fases 1 e 2. Antes, o modelo experimental aplicado em macacos apresentou resultados expressivos em termos de resposta imune contra as proteínas do vírus.

Agora, a farmacêutica vai fornecer ao Butantan as doses da vacina para a realização de testes clínicos da fase 3 em voluntários no Brasil, com o objetivo de demonstrar eficácia e segurança. Caso a vacina seja aprovada, a Sinovac e o Butantan vão firmar acordo de transferência de tecnologia para produção em escala industrial tanto na China como no Brasil para fornecimento gratuito. Os passos seguintes serão o registro do produto pela Anvisa e fornecimento da vacina em todo o Brasil.