RS fecha mais de 86 mil vagas de trabalho de janeiro a maio

Já o Brasil fechou 1.144.875 empregos com carteira assinada nos cinco primeiros meses do ano

O Rio Grande do Sul eliminou 86.660 vagas formais de trabalho, de janeiro a maior, com o resultado negativo agravado pela pandemia de coronavírus. Os dados aparecem no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério da Economia. Se nos primeiros dois meses do ano a economia gaúcha chegou cerca de 36,5 mil empregos, nos três meses seguintes, fechou 113 mil. O resultado corresponde à diferença entre o total de contratações e demissões. De janeiro a maio, empregadores do Rio Grande do Sul admitiram 392.985 pessoas e dispensaram 479.545.

Já o Brasil fechou 1.144.875 empregos com carteira assinada nos cinco primeiros meses do ano. O resultado é fruto de 6.911.049 demissões e 5.766.174 admissões. É o pior resultado para o período de toda a séria histórica do Novo Caged, iniciada em 2010. Até então, o desempenho mais desfavorável havia sido o de 2016, quando o Brasil cortou 448.101 postos de trabalho com carteira assinada. No mesmo período do ano passado, foram abertas 351.063.

Com os cortes de vagas, o estoque do emprego formal no Brasil caiu a 37.664.748 postos de trabalho, menor valor desde maio de 2011 (37.114.706 vagas).

Somente no mês de maio, o mercado de trabalho brasileiro fechou 331.901 vagas com carteira assinada. Houve melhora, ainda assim, em relação a abril, quando foram cortados mais de 900 mil postos de trabalho. No Rio Grande do Sul, foram eliminados 32.106, contra um total duas vezes e meio maior em abril, de 76.815. “Essa reação clara nos dá muita esperança”, afirmou o secretário especial adjunto de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco.

Na semana passada, a pasta revelou que os trabalhadores brasileiros realizaram 3.648.762 pedidos de seguro-desemprego até primeira quinzena de junho, número 14,2% superior ao volume de solicitações realizadas no mesmo período do ano passado (3.194.122).

“O saldo negativo deste mês [maio], significativamente menor do que o mês de abril é puxado em decorrência do recuo das admissões”, avaliou Bianco, ao citar a retomada com a preservação de empregos em meio à crise. “O cenário representa uma passagem pela pandemia muito bem conduzida”, disse o secretário.

Setores

No acumulado do ano, a agricultura é o único ramo de atividade que contratou mais do que demitiu, com um salto de 25.430 vagas no mercado formal.

Por outro lado, comércio e serviços amargam os piores desempenhos do perídio com o corte de, respectivamente, 446.584 e 442.580 postos de trabalho com carteira assinada.

Também desligaram mais do que admitiram os setores da indústria (-236.410 postos) e da construção civil (-44.647).