Susepe transfere presos das delegacias da Região Metropolitana e Vale do Rio dos Sinos

Operação acontece um dia após denúncia da Ugeirm Sindicato sobre a superlotação nas DPPAs

Com fortemente esquema de segurança, a ação ocorre em São Leopoldo, Novo Hamburgo e Canoas | Foto: Susepe / Divulgação

A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) deflagrou na manhã desta quarta-feira operação de transferência para o sistema carcerário de presos mantidos as delegacias da Região Metropolitana de Porto Alegre e do Vale do Rio dos Sinos. A ação, com participação do efetivo fortemente armado do Grupo de Intervenção Rápida (GIR) da Susepe e de agentes penais, começou pela DPPA de São Leopoldo. O trabalho prossegue na DPPA de Novo Hamburgo e na DPPA de Canoas.

A transferência ocorre um dia depois da Ugeirm Sindicato, representante doos policiais civis, ter denunciado a superlotação nas delegacias. Um levantamento apontou, na terça-feira, 103 presos e, no início da manhã desta quarta, 128. Conforme a entidade, a DPPA de São Leopoldo amanheceu com 20 presos, a DPPA de Novo Hamburgo com 20 e a DPPA de Canoas com 42.

Já na DPPA de Viamão estavam 12 detidos e a 2ª DPPA de Porto Alegre com sete nas primeiras horas da manhã. “É a receita perfeita para uma verdadeira tragédia entre os (as) policiais civis gaúchos (as)”, alertou em nota oficial, acrescentando que a situação é agravada com “os surtos de coronavírus que pipocam nas delegacias”.

A direção da Ugeirm Sindicato lembrou que, no começo da pandemia do novo coronavírus, conseguiu a retirada de todos os presos das delegacias em um prazo de 72 horas por meio do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. “Em um primeiro momento, o governo cumpriu a determinação judicial. Em sua decisão, o TJ/RS qualificava a situação como um crime contra a humanidade”, observou a entidade.

“Infelizmente, o que parecia uma vitória, em pouco tempo se tornou apenas mais uma decisão judicial descumprida pelos sucessivos governos gaúchos. Porém, o mais grave é que essa derrota não é apenas um revés para os (as) policiais civis, mas se trata de um ataque à população gaúcha como um todo”, advertiu. “Manter mais de 100 pessoas em locais sem a mínima condição de qualquer isolamento social, é um verdadeiro passe livre para uma explosão de casos e mortes pela Covid-19”, avaliou na nota oficial.