Cartazes contra as medidas anunciadas pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior foram colados em pontos do Centro de Porto Alegre, nesta quarta-feira. Algumas das mensagens apareceram escritas à mão, conforme apurou o Correio do Povo. “Eu não posso trabalhar, mas o povo pode passear”, dizia um dos cartazes, fazendo referência ao fechamento de setores da economia em paralelo ao movimento intenso verificado em parques e praças da cidade, principalmente em fins de semana. Outras manifestações seguiam a defesa de novas liberações: “só queremos trabalhar, é nosso direito”.
Na manhã dessa quarta-feira, em frente à sede do Executivo municipal, um protesto já havia ocorrido em frente à sede do Executivo. Pelo menos 150 pessoas, entre empresários e funcionários de setores do comércio e serviços, foram à Praça Montevidéu manifestar insatisfação com as restrições, semelhantes às adotadas em março, no início da pandemia. Os manifestantes reclamaram de prejuízos e pediram a retomada das atividades. O ato durou cerca de uma hora.
Em nota, a Prefeitura informou que “lamenta precisar tomar medidas drásticas” fechando comércio e serviços, mas “age de acordo com as evidências apresentadas diariamente por uma equipe competente”, formada por profissionais que entendem a situação epidemiológica da cidade. “Nenhum lugar do mundo conseguiu conter o avanço do vírus sem barrar a circulação de pessoas. Cada um precisa fazer sua parte. Hoje há 107 pacientes internados em UTIs de Porto Alegre. Este número vem aumentando muito nos últimos dias e não podemos perder o controle”, completa a Prefeitura. O temor é de colapso no sistema de saúde.
Sobre a manifestação de comerciantes, a Prefeitura destacou que eventos como esse, gerando gera aglomeração de pessoas, levaram a Prefeitura a precisar “fechar novamente o comércio”.