Prejuízos com a seca no RS atingem R$ 36 bilhões – 7,5% do PIB gaúcho

Dados foram apresentados, hoje, pela Farsul

Foto: Guilherme Almeida/CP Memória

A estiagem que atingiu o Rio Grande do Sul não causou prejuízo apenas ao produtor rural, mas impactou em toda a economia gaúcha. Levantamento realizado pelo Sistema Farsul mostra que os R$ 36 bilhões de perdas causadas pela seca equivalem a 7,36% do PIB estadual. Os dados foram divulgados, nesta segunda-feira, em videoconferência com a imprensa.

A Federação não se baseou apenas na comparação com os resultados de 2019, mas também na projeção de crescimento para 2020, apresentada no fim do ano passado. A estimativa era de um aumento de produção, com safra recorde. Somente em relação a 2019, a retração é de 1,6%.

O presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, comenta que, para o agronegócio, os efeitos da seca foram muito mais prejudiciais do que a pandemia do Covid-19. “O agronegócio não teve queda em relação à Covid, na verdade ele nunca parou. Mas, o problema da colheita em virtude da seca trouxe números desabonadores que tiveram impacto negativo na economia do Rio Grande do Sul”, relata. Os resultados só não foram piores em função de resultados favoráveis nas culturas do arroz e da soja.

Proporcionalmente, já que a produção vem crescendo ano a ano, o resultado é semelhante às perdas das secas de 2005 e 2012.

Já o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, explica que o resultado não representa apenas um retrocesso em relação a produção do ano passado, “Tínhamos uma expectativa de crescimento para 2020. Não só não vamos ter, como também vamos perder”, enfatiza.

Da Luz também reforça que, “quando a safra vai bem, a economia como um todo vai bem, por outro lado, quando o agro vai mal, a economia como um todo vai mal”. O impacto, explica, decorre da relação entre os setores. A perda na safra não significa apenas menos produto ofertado pelo campo, mas também uma redução de investimentos em equipamentos e insumos por parte do produtor. “Não perde apenas a agropecuária, mas indústria e serviços também. É menos dinheiro circulando. Isso demonstra que os governos devem ficar atentos à fragilidade das economias dos municípios que vivem do agro”, finaliza.