Operação da Polícia Federal mira líderes do movimento 300 do Brasil

Blogueira Sara Winter foi presa hoje de manhã em Brasília, mas outras cinco pessoas do grupo estão sendo procuradas por agentes de segurança

Foto: Divulgação PF

A Polícia Federal concentra esforços, nesta segunda-feira (15), para prender seis pessoas que lideram o grupo “300 do Brasil”, um movimento que apoia o presidente Jair Bolsonaro e faz duras críticas e protestos ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao Congresso Nacional.

primeira a ser presa foi a blogueia Sara Winter, detida por agentes federais hoje de manhã. Até o momento, os outros cinco mandados, todos expedidos pelo ministro do Supremo Alexandre de Moraes, estão em curso. Os pedidos de prisão são temporários e têm duração de 5 dias.

Esse grupo já tinha sido identificado e estava sendo monitorado há tempos pela PF. Nas investigações, os agentes encontraram inclusive um centro de treinamento do grupo nos arredores de Brasília. O local estava desativado.

As prisões dos integrantes do grupo atendem a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), feito na última sexta-feira (12). Os procuradores encontraram indícios de que o grupo ‘300 do Brasil’ continua a organizar e captar dinheiro para promover ações enquadradas na Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/1983).

Essa investigação é parte do inquérito aberto pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, em 20 de abril, um dia depois de atos antidemocráticos e pró-golpe ocorridos na véspera e com a participação de deputados federais.

De acordo com a PGR, os pedidos de prisões temporárias foram necessários para colher os depoimentos dos investigados e reunir mais detalhes do esquema criminoso.

Apoiadores

Entre os defensores e protetores do grupo, está o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que prometeu entrar nesta segunda-feira (15) com uma reclamação formal junto ao Governo do Distrito Federal pela retirada do “300 do Brasil” da Esplanada dos Ministérios no último sábado (13).

“Segunda estarei junto c/ Dep. Daniel Silveira @danielPMERJ (RJ) para protocolar ofício no gov. DF contendo reclamação sobre os fatos de hoje e manifesto por respeito à liberdade de expressão. Outras medidas podem ser tomadas”, afirmou Eduardo Bolsonaro.

Repercussão em Brasília

A operação para prender a cúpula do grupo já ecoa entre os políticos. A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), apoiadora do governo federal, fez críticas no Twitter contra as prisões.

“Corro o risco de ser presa também? E os demais que estavam com ela e tomaram spray de pimenta enquanto rezavam o Pai Nosso, correm risco? Zé Rainha se tivesse feito o mesmo, estaria preso? Onde estão os movimentos defensores de mulheres?”, questionou.

“Vamos nos manifestar pacificamente, buscando ajudar o Presidente Jair Bolsonaro, eleito por 57 milhões de brasileiros que tem esperança na mudança!”, pregou.